Momento histórico: a promulgação da Constituição brasileira
No dia 5 de outubro de 1988, há exatos 35 anos, acontecia um momento histórico para o Brasil. Enquanto o deputado constituinte Ulysses Guimarães presidia a sessão do Congresso Nacional para promulgar a nova Constituição, a Gráfica do Senado trabalhava intensamente para imprimir 20 mil exemplares do novo texto, que deveria ser posto à disposição da população e enviado aos estados assim que estivesse em vigor.
Florian Madruga, ex-diretor da Gráfica do Senado, relembra a importância dessa tarefa. “Quando o texto foi aprovado, Ulysses marcou a data de promulgação para o dia 5 de outubro e nós recebemos a missão de imprimir antecipadamente os primeiros exemplares da Constituição. Disseram que no mesmo dia 5 os livros sairiam para todo Brasil, para todos os estados da federação”, conta.
A Gráfica do Senado trabalhou incansavelmente durante os dois anos de Constituinte, de 1987 a 1988. Além da impressão da Constituição, o setor também foi responsável por imprimir atas, diários, relatórios, pareceres e emendas. Segundo Florian, tudo chegava em regime de urgência. “Tínhamos uma parceria com o Prodasen, que processava os relatórios produzidos pelas comissões com rapidez para que, no dia seguinte, estivessem impressos e à disposição de todos os constituintes e da SGM. Entendemos a importância do que o país estava vivendo naquele momento”, relembra.
A comunicação desempenhou um papel fundamental durante esse processo constituinte. Além da impressão da Constituição, a Gráfica do Senado também era responsável pela impressão diária do Jornal da Constituinte. Ester Monteiro, que trabalhou como assessora parlamentar na época, afirma que esses veículos “abriram as portas” do Parlamento e permitiram uma maior participação popular. “Era um momento de efervescência de ideias. O coração da nação brasileira pulsava nos corredores do Congresso naquele momento, ansiando por mudanças”, afirma Ester.
O embaixador Raimundo Carrero, que também participou desse momento histórico, destaca a importância da ampla comunicação no resultado do processo constituinte, ao aproximar as pessoas dos debates. “Até se alcançar o formato de como deveria ser a constituinte, demorou muito tempo. Mas, quando começou a funcionar, aí sim o sangue começou a fluir nas veias dos constituintes e da população brasileira”, relembra Carrero.
O Prodasen desempenhou um papel fundamental no processamento das informações da Assembleia Nacional Constituinte, em parceria com a Gráfica do Senado, para que o resultado de cada dia fosse impresso a tempo das próximas rodadas de debates. Cristóvão Araújo, coordenador do Prodasen na época, lembra que o envolvimento com o trabalho se deu desde o início do processo, com a elaboração do Regimento Interno da Assembleia constituinte. O Prodasen adquiriu uma impressora que auxiliou nos trabalhos, mesmo que naquela época não fosse tão simples preparar um texto.
A Constituinte foi um marco na história do Brasil, um momento de construção de uma sociedade democrática. Claudia Lyra, que ocupou a cadeira da SGM entre 2007 e 2014, lembra que a taquigrafia foi fundamental para a continuidade dos trabalhos. “O registro dos debates era fundamental para a continuidade dos trabalhos, mas não era uma tarefa simples”, afirma Claudia. A Constituinte foi um dos primeiros passos para sair da Taquigrafia em direção ao coração do processo legislativo.
Em suma, a promulgação da Constituição brasileira há 35 anos marcou um momento histórico de grandes transformações e participação popular. A Gráfica do Senado, em parceria com o Prodasen, desempenhou um papel fundamental na impressão e processamento das informações. Além disso, a ampla comunicação foi essencial para aproximar as pessoas dos debates e abrir as portas do Parlamento para a população. A Constituinte foi uma construção coletiva, um marco na democracia brasileira que continua a influenciar a sociedade até os dias de hoje.
