Mercado de materiais para fantasias no carnaval depende cada vez mais de importações e proposta de criação de parque industrial é discutida.

A cada ano, os sambódromos do Brasil são palco de um espetáculo colorido e encantador, resultado do trabalho minucioso de construção de fantasias e adereços que compõem as escolas de samba. No entanto, esse mercado atualmente depende de importações, o que o torna suscetível às variações do dólar. Diante dessa realidade, a Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba), representada por seu presidente Kaxitu Ricardo Campos, propõe a criação de um parque industrial voltado para atender a grande demanda desses materiais.

Durante a Assembleia Geral Anual da Fenasamba, que ocorrerá neste fim de semana na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, Campos acredita que será necessário avançar nessa questão. Desde a criação da Fenasamba em 2017, a ideia de desenvolver um parque industrial para a produção de materiais carnavalescos tem sido discutida. Segundo o presidente, muitas vezes é preciso recorrer a fornecedores chineses, o que encarece ainda mais os produtos devido ao câmbio. Ele descreve essa situação como uma “roda gigante”, na qual as dificuldades só aumentam.

A filiação das escolas de samba e blocos carnavalescos à Fenasamba tem como objetivo fortalecer o setor e contribuir para o avanço de políticas públicas. Atualmente, a federação conta com a participação de 87 ligas e agremiações de todo o país, representando mais de 1.000 blocos e escolas de samba. Em sua atuação política, a Fenasamba estabelece diálogos com as instâncias federais para a criação de políticas públicas específicas para o carnaval.

Para Campos, a sanção da lei que reconheceu as tradições das escolas de samba como manifestação da cultura nacional foi uma importante conquista. Essa legislação garante que o poder público apoie e garanta a livre atividade das escolas e a realização dos desfiles. Além disso, a inclusão das escolas de samba nas leis emergenciais, como a Lei Paulo Gustavo e a Lei Aldir Blanc, também foi uma vitória para o setor, pois possibilitou que as escolas recebessem apoio financeiro durante a pandemia.

Durante a Assembleia Geral Anual, serão discutidos vários temas, como as oportunidades para os profissionais do carnaval durante todo o ano, as experiências carnavalescas na gestão pública e a relação entre os desfiles das escolas de samba e o turismo. Além de carnavalescos e jornalistas, também participarão dos debates representantes do governo federal, como da Secretaria-Executiva do Ministério da Cultura e do Ministério da Saúde.

A eleição para a renovação da diretoria executiva da Fenasamba também ocorrerá durante o evento. No dia seguinte, será entregue o Grande Prêmio do Carnaval Brasileiro 2023, nas diversas categorias. Neste ano, a escola de samba Portela será homenageada pelo seu centenário e receberá o Prêmio Resistência Carnavalesca.

A Fenasamba busca cada vez mais ampliar sua atuação e estabelecer parcerias estratégicas. Um exemplo disso é a busca de entendimentos com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para a transmissão de eventos do setor. Campos destaca, em especial, a importância de transmitir o carnaval de Corumbá, uma das maiores celebrações carnavalescas do país.

Em resumo, a Fenasamba é uma entidade que visa fortalecer o segmento carnavalesco, buscando a criação de políticas públicas específicas para o setor e promovendo debates e ações que visem o desenvolvimento das escolas de samba e blocos carnavalescos. O presidente Kaxitu Ricardo Campos destaca a importância de se investir em um parque industrial nacional para suprir a demanda de materiais para o carnaval, reduzindo a dependência de importações e os impactos das variações cambiais.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo