Comissão adia votação de projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas de quota fixa




Texto sobre adiamento da votação do projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas de quota fixa

Adiada a votação do projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas de quota fixa

Comissão de Esporte decide conceder pedido de vista

A Comissão de Esporte (CEsp) adiou a votação do projeto de lei que regulamenta as apostas esportivas de quota fixa, as chamadas bets. O adiamento ocorreu após a concessão de um pedido de vista realizado nesta quarta-feira (18).

O projeto, que recebeu o número PL 3.626/2023, estabelece regras para autorização à operação dos sistemas de apostas, a publicidade desses jogos e o destino dos tributos sobre a arrecadação, entre outras medidas.

Relatório favorável lido pelo senador Romário

No início da reunião, o senador Romário (PL-RJ), presidente da comissão, leu seu relatório a favor da proposição. No entanto, vários integrantes do colegiado alertaram para a necessidade de mais tempo para análise do documento.

O projeto de lei do Poder Executivo já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e tramita simultaneamente na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Após passar pelas duas comissões, o texto seguirá para o Plenário do Senado.

Projeto define regras para as apostas de quota fixa

O PL 3.626/2023 define as apostas de quota fixa como um sistema que inclui eventos virtuais de jogos online e eventos reais de temática esportiva. O texto determina que a empresa que explora o sistema de apostas deverá ter autorização do Ministério da Fazenda por até cinco anos.

A regulamentação também estabelece que a empresa deverá pagar um valor fixo de contraprestação, limitado a R$ 30 milhões, e será vedada a associação da aposta ao êxito social ou pessoal.

O destino dos recursos arrecadados com as apostas também está previsto no projeto. 2% do valor arrecadado será destinado para a seguridade social, enquanto 6,68% irão para a área de esporte, 4,3% para o turismo, 0,5% para a saúde e 0,15% será dividido entre entidades assistenciais da sociedade civil.

Recebeu emendas dos senadores

O projeto recebeu 61 emendas dos senadores. No relatório, o senador Romário acolheu duas emendas, ampliando a possibilidade de outorga de autorização para exploração de apostas por até cinco anos e tornando mais claro o objetivo de destinar as ações de publicidade somente ao público adulto.

Além disso, o senador ofereceu três emendas, incluindo uma modificação na distribuição dos percentuais arrecadados, contemplando a Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Fenapaes), a Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi) e a Cruz Vermelha Brasileira.

Discussão polêmica e pedido de vista

A discussão sobre o projeto foi marcada pela polêmica. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) argumentou pela necessidade de pedir vista para análise do relatório. Ele propôs a realização de duas audiências públicas na CEsp para discutir o tema.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) destacou a importância de estabelecer meios para dificultar a possibilidade de apostas por menores de 18 anos. Ele também alertou para a necessidade de regulamentar as apostas de forma a proteger a saúde da população.

A senadora Leila Barros (PDT-DF) destacou o risco de uma decisão precipitada sobre o tema e a responsabilidade da comissão diante dos efeitos danosos do jogo compulsivo.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) apoiou a realização de audiências públicas para discutir o projeto e destacou os efeitos negativos do vício em apostas sobre a economia do país e dos cidadãos.

Audiências públicas serão realizadas

Após a votação do pedido de vista, o vice-presidente da comissão, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), concedeu vista coletiva de 24 horas. Na sequência, foram aprovados três requerimentos para a realização de audiências públicas destinadas a discutir a matéria.

Com o adiamento da votação, a regulamentação das apostas esportivas de quota fixa continua em discussão na Comissão de Esporte e na Comissão de Assuntos Econômicos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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