Nina 2.0, plataforma de denúncias de importunação sexual no transporte público, completa um ano com mais de 400 ocorrências registradas

A plataforma Nina 2.0, lançada há um ano para denunciar casos de importunação sexual no transporte público, completou seu primeiro aniversário com um balanço positivo. Durante esse período, a plataforma recebeu um total de 409 denúncias, sendo que 81% delas foram registradas pelas próprias vítimas e 19% por testemunhas.

Um dado importante é que a maioria esmagadora dos denunciantes, correspondendo a 84% do total, são mulheres com idade entre 21 e 40 anos. Além disso, 48% das vítimas também estão nessa faixa etária, o que mostra que as mulheres jovens são as mais afetadas por esse tipo de violência.

O Nina 2.0 possibilita a denúncia de importunação sexual tanto dentro dos veículos, como nos pontos de ônibus e terminais. No entanto, a maior incidência de assédio ocorreu dentro dos ônibus, com 76% dos casos relatados. Os terminais e as paradas de ônibus também registraram ocorrências, com 7% e 6% respectivamente.

Em relação aos tipos de assédio denunciados, a maioria está relacionada a encoxadas ou apalpadas, representando 42% dos casos. Outros comportamentos inapropriados também foram mencionados, como intimidação (17%), tocar-se ou se mostrar (12%), perseguição (6%), fotos não-autorizadas (4%) e outras atitudes inadequadas (20%).

A titular da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), Cristhina Brasil, destacou a importância da plataforma Nina 2.0 como uma ferramenta fundamental para coibir a importunação sexual e garantir a segurança e liberdade de ir e vir das mulheres em Fortaleza. Ela ressaltou a conexão entre a cidadania e as forças de segurança proporcionada pelo Nina 2.0, que fortalece as denúncias e promove o enfrentamento a essa prática repugnante.

A ferramenta Nina 2.0 foi lançada em setembro de 2022 pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, em parceria com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulheres, vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), em conjunto com a startup Nina.

Para realizar uma denúncia, os usuários do transporte público devem se cadastrar na plataforma através do WhatsApp, fornecendo o máximo de informações sobre o incidente, como número do veículo, horário, linha e referências para facilitar a identificação do agressor. Cerca de 60% das denúncias são feitas após o ocorrido, mas também é possível denunciar em tempo real.

É importante frisar que a denúncia realizada através do Nina 2.0 não substitui a formalização do registro de Boletim de Ocorrência junto à polícia, para a identificação e aplicação da Lei da Importunação Sexual, em vigor desde 2018.

Com um ano de existência, o Nina 2.0 se consolida como uma ferramenta essencial para o combate à importunação sexual no transporte público em Fortaleza, proporcionando mais segurança e proteção para as mulheres que utilizam o serviço. Através da conexão entre a cidadania e as forças de segurança, a plataforma contribui para o enfrentamento dessa prática repugnante e reafirma o direito de ir e vir com segurança para todas as mulheres.

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