Pesquisadores aguardam resultados para entender causas da mortandade de botos no Amazonas

Na última semana, pesquisadores da equipe da operação Emergência Botos Tefé estão investigando as causas da morte de mais de 150 botos e tucuxis no Lago Tefé, no Amazonas. Essa mortandade começou no dia 28 de setembro e desde então os especialistas têm realizado exames nas carcaças dos animais para identificar a causa desse acontecimento.

Segundo os pesquisadores, uma das principais hipóteses é de que a alta temperatura das águas do lago, que chegou a mais de 39°C, tenha sido a responsável pela morte dos animais. Por isso, eles estão analisando os tecidos cerebrais dos botos para verificar se houve alguma alteração causada pela hipertermia. Os resultados dessas análises estão sendo aguardados e devem ser divulgados em cerca de uma semana.

No entanto, apesar da temperatura elevada ser apontada como o principal fator, os pesquisadores ainda não descartam a possibilidade de outras causas, como patologias ou intoxicação causada pelo crescimento de fitoplânctons. Eles seguem investigando todas as possibilidades para chegar a um diagnóstico mais preciso.

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), até o momento, já foram registradas 153 mortes de botos, sendo 130 botos vermelhos e 23 tucuxis. Das carcaças necropsiadas, nenhuma evidência de agente infeccioso foi encontrada como causa primária da mortalidade. Além disso, análises histológicas e moleculares também não detectaram a presença de vírus ou bactérias associados às mortes.

O instituto também revelou que a mortandade de peixes na região é considerada normal para eventos de seca extrema. Além disso, uma equipe responsável por monitorar os fitoplânctons no lago constatou a proliferação da alga Euglena sanguínea, mas até o momento não há evidências de que a toxina dessa alga esteja relacionada à morte dos botos.

Para evitar mais mortes, os pesquisadores estão montando uma barreira física na Enseada do Papucu, um ponto crítico, para isolar trechos mais quentes do lago. Essa estratégia consiste em conduzir os botos para áreas mais profundas, onde a temperatura é mais baixa. Dessa forma, espera-se evitar o estresse dos animais e possibilitar a sobrevivência dos mesmos.

Até o momento, nenhum animal foi resgatado, mas o setor da operação responsável pelo monitoramento dos animais vivos está preparado para intervir caso seja necessário salvar um ou mais indivíduos. A equipe está empenhada para encontrar respostas e soluções para esse grave acontecimento, buscando a preservação dessas espécies tão importantes para o ecossistema amazônico.

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