É importante destacar que o recorde mensal do programa Tesouro Direto ocorreu em março deste ano, quando as vendas atingiram o valor de R$ 6,842 bilhões. No entanto, o mês de setembro foi marcado por instabilidades no mercado financeiro global, o que acabou reduzindo o interesse de alguns investidores.
Entre os títulos mais procurados pelos investidores no mês passado, os corrigidos pela taxa Selic se destacaram, representando 64,4% das vendas. Em seguida, os títulos vinculados à inflação (IPCA) corresponderam a 20,5% do total, enquanto os títulos prefixados, com juros definidos no momento da emissão, ficaram com 10,4%.
Destinado ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+ teve participação de 3,9% nas vendas. Já o novo título Tesouro Educa+, que tem como objetivo financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 0,9% das vendas.
O interesse pelos títulos vinculados à taxa Selic se justifica pelo atual nível elevado dessa taxa. O Banco Central começou a elevar a Selic em setembro de 2021, saindo do patamar de 2% ao ano (o mais baixo da história) para 13,75% ao ano. Mesmo com as quedas recentes, os juros básicos ainda se mantêm atrativos, atualmente em 12,75% ao ano.
Em relação ao estoque total do Tesouro Direto, foi registrado um aumento de 2,5% em setembro, atingindo a marca de R$ 123,35 bilhões. Esse crescimento se deu devido ao fato de as vendas terem superado os resgates em R$ 1,74 bilhão no mês.
Além disso, pela primeira vez, o estoque total do Tesouro Direto ultrapassou os R$ 120 bilhões. No final de setembro, o volume de títulos vinculados ao programa chegou a R$ 121,611 bilhões, um aumento de 1,43% em relação ao mês anterior.
Quanto ao número de investidores, 354,6 mil novos participantes se cadastraram no programa em setembro, elevando o total para 25.830.465 investidores. Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 22,1% no número de investidores.
Os investidores de pequeno porte têm utilizado bastante o Tesouro Direto, sendo que 84,6% das operações de venda realizadas em setembro foram de até R$ 5 mil. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 63,1%, e o valor médio por operação ficou em R$ 5.455,25.
No que se refere ao prazo dos títulos, os investidores têm dado preferência aos papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 33,4%, enquanto aqueles com prazo entre 5 e 10 anos corresponderam a 49,3% do total.
O Tesouro Direto foi criado em 2002 com o objetivo de popularizar esse tipo de aplicação financeira, permitindo que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a intermediação de agentes financeiros.
Por meio dessa modalidade de investimento, o governo busca captar recursos para pagamento de dívidas e cumprimento de compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor investido com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida previamente nos títulos pré-fixados.
