Senador denuncia violações do ICMBio na reserva Chico Mendes e compara situação a regime de escravidão.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) denunciou, em pronunciamento na última quarta-feira (25), a ocorrência de uma série de violações por parte dos agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) contra os moradores da reserva Chico Mendes, localizada no estado do Acre. Em uma diligência realizada por membros da CPI das ONGs, o parlamentar constatou que os agentes estão cometendo crimes que vão desde o descumprimento de direitos constitucionais até tratamentos desumanos e degradantes, invasão de domicílio, restrição ao direito ao trabalho e à liberdade de locomoção.

De acordo com Plínio Valério, a situação na Reserva Chico Mendes é comparável, segundo ele, a um regime de escravidão. Os únicos direitos dos moradores da reserva consistem na coleta de borracha e castanha, atividades que proporcionam uma renda insignificante. O quilo da borracha é vendido por apenas R$ 3, apesar das promessas de subsídio governamental que nunca se concretizam. Além disso, a castanha é comercializada por menos de R$ 5 em latas. Quando adoecem ou são picados por cobras, os moradores são transportados em redes, já que não há acesso a transporte adequado. Além disso, a reserva também não possui energia.

Durante sua fala, o senador mencionou o depoimento de uma senhora, cujo relato foi gravado em um pen drive que será apresentado à Procuradoria-Geral da República. A mulher expressou seu desejo de que seu filho possa estudar, sendo essa sua maior aspiração na vida.

Plínio Valério relatou ter tentado entrar em contato com a procuradora-geral da República, Elizeta de Paiva Ramos, porém não obteve retorno. Diante dessa falta de resposta, a CPI das ONGs realizou uma sessão extraordinária onde aprovou um requerimento para que a procuradora-geral compareça à comissão e receba uma representação contendo denúncias de abuso de poder, maus tratos, agressões e truculência.

Segundo o senador, o dinheiro estrangeiro que é investido nas organizações brasileiras representa uma ameaça à soberania do Brasil, pois as ONGs interferem e ditam a política ambiente do país.

Plínio também mencionou o caso do prefeito de Epitaciolândia, que há um ano tenta construir uma escola dentro da reserva, mas é impedido pelo ICMBio. Além disso, os moradores estão proibidos de plantar milho e abrir novos caminhos, por intervenção do ICMBio. Ele questiona o real poder por trás do ICMBio, apontando para a placa do instituto que traz a imagem de um urso panda e mencionando a WWF, organização que ele acredita ser a responsável.

A denúncia realizada pelo senador Plínio Valério levantou questões importantes sobre a atuação dos agentes do ICMBio na reserva Chico Mendes, bem como sobre a influência das ONGs no Brasil. Resta aguardar a resposta da procuradora-geral da República e o desdobramento desse caso, que pode trazer consequências significativas para a gestão da reserva e para a população local.

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