Na sexta-feira (27), por volta das 20h (14h no horário de Brasília), a representação brasileira em Ramala perdeu o contato com os brasileiros devido à interrupção dos serviços de comunicação por celular e internet na região de Gaza. No entanto, o escritório informou que a comunicação foi restabelecida e não há relatos de feridos em decorrência dos bombardeios que ocorrem no local.
“Restabelecemos o contato com nossos compatriotas nas duas cidades e continuaremos monitorando a situação”, afirmou o embaixador Alessandro Candeas, responsável pelo escritório da representação do Brasil.
Em Rafah, onde o grupo é formado por 18 pessoas, incluindo nove crianças, o embaixador conseguiu falar brevemente através do único canal de comunicação disponível e garantiu que todos estão seguros. Segundo ele, eles vão tentar comprar água e alimentos ainda hoje.
Já em Khan Yunis, há nove crianças, cinco mulheres e dois homens. O contato foi feito pessoalmente pelo motorista contratado pelo escritório, que verificou que todos estão bem, apesar do clima de tensão e medo. Eles possuem alimentos, água e gás para os próximos dias. A embaixada informou que os recursos solicitados adicionalmente para compra de mantimentos serão disponibilizados.
Segundo relatório divulgado pelo Escritório para Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha), Rafah e Khan Yunis foram as cidades que registraram o maior número de mortes nos últimos dias.
Na sexta-feira, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, com 120 votos favoráveis, a proposta de resolução sobre o conflito no Oriente Médio apresentada pela Jordânia e assinada por 39 países. A proposta pede uma “trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada, que leve ao fim das hostilidades” e a “libertação imediata e incondicional de todos os civis que permanecem ilegalmente cativos”.
Além disso, o documento exige que as partes envolvidas cumpram o direito internacional, que os civis em Gaza tenham acesso a bens e serviços essenciais, como água, comida e remédios, e que seja anulada a ordem de Israel para a evacuação de todas as pessoas do norte do enclave palestino.
A Secretaria de Comunicação da Presidência informou em comunicado que o avião presidencial brasileiro continua posicionado no Cairo, no Egito, aguardando um acordo entre as autoridades envolvidas no conflito para repatriar os brasileiros assim que eles cruzarem a fronteira entre Gaza e o Egito.
