Desespero em Gaza: Moradores buscam por entes queridos e enfrentam colapso da ordem civil após ataques israelenses

Os moradores de Gaza estão enfrentando momentos angustiantes enquanto procuram por entes queridos e ouvem notícias de familiares mortos. Isso ocorre após um blecaute quase total nas comunicações, que gradualmente estão sendo restauradas no enclave. A situação é resultado do avanço das tropas e blindados de Israel em direção a Gaza, que é governada pelo Hamas.

A Organização das Nações Unidas também emitiu um alerta, afirmando que os palestinos estão desesperados por comida e que a ordem civil está colapsando após três semanas de guerra com os militantes do Hamas e o cerco à faixa costeira densamente povoada.

Os combates na região intensificaram-se na noite de sexta-feira, quando as forças israelenses realizaram operações terrestres em Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu esse movimento como a segunda fase da guerra, cujo objetivo é esmagar o Hamas.

Um funcionário público chamado Shaban Ahmed, que trabalha como engenheiro e tem cinco filhos, descreveu os ataques israelenses como um “dia do juízo final”. Ele revelou que descobriu no domingo que seu primo havia sido morto em um ataque aéreo na sexta-feira. Ahmed permaneceu na cidade de Gaza, apesar do alerta israelense para que ele fosse para o sul.

As comunicações foram cortadas pelos israelenses, mas Ahmed afirmou ouvir sons de explosões próximas e tem orgulho de que os combatentes da resistência tenham conseguido deter o avanço das tropas inimigas.

O porta-voz militar de Israel se recusou a comentar se Israel estava por trás do blecaute nas comunicações. Ele enfatizou que fará o que for necessário para proteger suas forças de segurança.

Os ataques aéreos israelenses têm atingido a cidade de Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro ao sul de Israel. Segundo autoridades israelenses, esse foi o dia mais mortal em 75 anos de história do país, resultando na morte de pelo menos 1.400 israelenses.

Ahmed relata que os ataques aéreos, marítimos e terrestres de sexta-feira continuaram ininterruptos por horas. O Hamas afirma que continua confrontando as forças israelenses, que também estão realizando operações terrestres.

O Ministério da Saúde de Gaza divulgou que um total de 8.005 pessoas foram mortas desde o início dos conflitos.

Além disso, os palestinos estão lutando para encontrar seus entes queridos no meio do caos sangrento e de uma crescente crise humanitária em Gaza. A falta de alimentos e a falta de ordem civil tornam a situação ainda mais devastadora.

Os serviços médicos estão sobrecarregados, com ambulâncias incapazes de atender a todas as chamadas. As pessoas que são vítimas dos bombardeios estão dependendo de voluntários para serem levadas para receber ajuda médica.

Os ataques aéreos têm se concentrado fortemente no norte de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, onde também ocorrem as operações terrestres.

Os moradores de Gaza estão se apoiando em rádios enferrujados em busca de notícias, já que a internet e os telefones estão desligados. A população está isolada do mundo e não consegue entrar em contato com familiares e amigos para verificar se estão bem.

A barbearia de Bilal Abu Mostafa foi destruída há duas semanas e ele se abrigou em um hospital, onde os médicos estão sobrecarregados devido ao alto número de vítimas. Ele improvisou uma barbearia em uma ambulância danificada para atender às pessoas gravemente feridas.

A situação em Gaza é desesperadora e exige uma ação imediata e um esforço conjunto para cessar a violência e proporcionar ajuda humanitária urgente à população afetada.

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