Esta não é a primeira vez que a hidrelétrica precisa abrir o vertedouro. Em maio deste ano, a medida também foi adotada. A expectativa agora é que as comportas permaneçam abertas de forma ininterrupta pelo menos até domingo (5). O vertedouro é a saída para o excesso de água que não pode ser utilizada na produção de energia. A usina está operando normalmente na cota 219,23 acima do nível do mar.
A abertura do vertedouro tem como objetivo garantir a segurança da barragem em situações de excesso de água. A Itaipu informa que as próximas 72 horas são as mais preocupantes, pois espera-se que o nível máximo de afluência do Rio Paraná alcance 18,1 mil metros cúbicos de água por segundo.
A região tem recebido muitas chuvas nas bacias dos rios Ivai e Piquiri, principais afluentes do Rio Paraná. A empresa alerta para previsão de mais chuvas, tanto moderadas quanto intensas, para os próximos dias. As chuvas da semana passada na bacia do Rio Iguaçu já causaram um grande aumento na vazão das Cataratas, atingindo 24 mil metros cúbicos de água por segundo na segunda-feira (30), o segundo maior volume registrado no local.
A Usina de Itaipu é administrada pelos governos brasileiro e paraguaio. Segundo comunicado oficial do Paraguai, a vazão média de descarga para os próximos sete dias será de 4.400 metros cúbicos por segundo, com pico previsto para domingo (5) de aproximadamente 7.100 metros cúbicos por segundo.
A Comissão de Cheias está mobilizada desde sábado (28) buscando estratégias que minimizem os impactos para a população e garantam a segurança da barragem. No lado paraguaio, mais de 385 moradias foram atingidas, incluindo 140 casas no bairro San Rafael, em Ciudad del Este. Cerca de 85 pessoas foram levadas para abrigos. No lado brasileiro, locais como o Marco das Três Fronteiras e o Iate Clube Cataratas, no bairro Porto Meira, foram afetados.
A situação na região segue sendo monitorada de perto pelas autoridades competentes, que estão trabalhando para minimizar os impactos das chuvas e garantir a segurança da população atingida pela cheia do Rio Paraná.
