A pesquisa entrevistou 815 homens para entender melhor a percepção desse grupo em relação à sua saúde. Mais da metade dos entrevistados (52%) utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS), 27% utilizam o sistema suplementar (planos e seguros de saúde) e 21% utilizam ambos os sistemas de saúde.
Um dado interessante é que 88% dos homens afirmaram que vão ao médico pelo menos uma vez ao ano. Além disso, 84% dos entrevistados disseram que eles mesmos agendam suas consultas médicas, enquanto apenas 10% dependem de suas companheiras para essa tarefa. Esse dado mostra que os homens estão, aos poucos, assumindo a responsabilidade pela própria saúde.
No entanto, ainda há aqueles que não se preocupam o suficiente com sua saúde e acabam agravando problemas que poderiam ter sido diagnosticados precocemente. Segundo Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, muitos homens só procuram o sistema de saúde quando estão sentindo algo insuportável, o que acaba onerando o sistema de saúde e comprometendo o tratamento.
A pesquisa também revelou que 42% dos homens entrevistados estão acima do peso indicado. Desses, 31% têm sobrepeso de 6 a 10 quilos e 25% estão atualmente com 15 quilos a mais do que o ideal. Além disso, 16% dos participantes afirmaram ter realizado tratamento para doenças do coração nos últimos 5 anos, 15% trataram a obesidade e 14% as doenças respiratórias. Apenas 3% dos entrevistados relataram ter tratado algum tipo de câncer.
Devido aos estereótipos de virilidade que a sociedade impõe aos homens, muitos acabam evitando cuidar da própria saúde, o que pode ser prejudicial tanto para eles quanto para a sociedade como um todo. Marlene Oliveira defende que a família e o poder público precisam fomentar discussões sobre saúde com os meninos desde cedo, da mesma forma que são feitas com as meninas, a fim de quebrar esses estereótipos e promover a conscientização sobre a importância de cuidar da saúde masculina.
Em resumo, a pesquisa A Saúde do Brasileiro mostra que a maioria dos homens reconhece a necessidade de cuidar mais da própria saúde, porém ainda enfrenta obstáculos como a rotina estressante e o acesso à saúde. É importante que sejam feitas campanhas de conscientização e que as famílias incentivem a discussão sobre saúde desde cedo, a fim de quebrar estereótipos e promover um maior cuidado com a saúde masculina.
