Refinaria da Petrobras no RS processa 100% de óleo de soja em unidade de refino industrial pela primeira vez

A Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), localizada na cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, alcançou um feito inédito ao processar 100% de óleo de soja em uma unidade de refino industrial. Pertencente à Petrobras, a refinaria contou com o apoio do Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da estatal para desenvolver a tecnologia necessária para este marco.

A capacidade de processar matérias-primas renováveis abre a possibilidade de produzir produtos petroquímicos totalmente renováveis. Além disso, a refinaria pretende gerar insumos petroquímicos e combustíveis renováveis, como GLP, combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos (BTX), utilizados em indústrias de borracha sintética, nylon e PVC. A produção de gasolinas de alto desempenho, praticamente isentas de enxofre, também está entre as expectativas da empresa.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou a importância desse avanço para a transição energética. Segundo ele, a inovação e a transição energética combinadas representam um benefício significativo para o Brasil, reiterando o compromisso da Petrobras em liderar processos de transformação técnica, econômica e social.

Já o diretor-superintendente da RPR, Felipe Jorge, enfatizou que a estratégia da empresa é planejar o futuro sem prejudicar o abastecimento atual, ressaltando que a tecnologia licenciada pela Petrobras permitirá à refinaria produzir renováveis sem deixar de atender a demanda atual de produtos e combustíveis.

Os avanços realizados na área do biorrefino são fruto de um acordo de cooperação entre a Petrobras, a Braskem e a Ultra, empresas com participação acionária na RPR. Esse acordo possibilitou o uso das unidades da refinaria para testar as tecnologias desenvolvidas pelo Centro de Pesquisas da estatal.

O primeiro teste industrial teve início em outubro, com a chegada de duas mil toneladas de óleo de soja à refinaria. Na etapa seguinte, em novembro, foi iniciado o processamento da carga 100% renovável, confirmando a viabilidade da operação. Um segundo teste está previsto para junho de 2024, envolvendo a coprocessamento de uma carga mineral com bio-óleo, visando a produção de propeno, gasolina e diesel renováveis.

A Petrobras está investindo cerca de R$ 45 milhões para desenvolver o processamento de carga renovável, reafirmando o compromisso da empresa com a inovação e a sustentabilidade. Este avanço representa um passo significativo rumo a uma indústria de petróleo mais sustentável e alinhada com as demandas globais por fontes de energia renováveis.

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