Banco Central divulga relatório de estabilidade financeira com rentabilidade dos bancos em queda e perspectivas positivas para os próximos meses.

A rentabilidade dos bancos apresentou uma queda de 6% no primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido do sistema nos últimos 12 meses encerrados em junho foi de R$ 134,4 bilhões. Apesar desse recuo, o Banco Central afirma que o sistema bancário continua rentável e com perspectivas positivas para os próximos meses. Segundo a autarquia, o declínio na rentabilidade é reflexo do aumento das despesas com provisões, despesas de captação e custos administrativos.

O ciclo gradual de flexibilização monetária, com a queda dos juros básicos, é favorável para os bancos, pois reduzirá as despesas de captação ao mesmo tempo em que o estoque de crédito permanecerá com uma proporção relevante de concessões recentes a taxas mais altas. Além disso, o novo ciclo tende a aumentar a demanda por crédito e outros serviços bancários, enquanto reduz a pressão sobre a capacidade de pagamento de famílias e empresas.

Em setembro, a taxa média de juros das concessões de crédito teve queda pelo quarto mês seguido, desacelerando em 12 meses. Isso ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic, também está em declínio. A expectativa é que a Selic caia para 11,75% até o final do ano, o que contribuirá para a redução da taxa de captação dos bancos.

Uma das questões em destaque no relatório do Banco Central é o limite de juros cobrados na modalidade de cartão de crédito rotativo. A legislação recentemente sancionada limita os juros do crédito rotativo, estabelecendo que os juros não poderão ser maiores que o valor original da dívida. Entretanto, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criticou a medida, afirmando que poderia tornar os cartões inviáveis e reduzir a oferta de crédito.

O relatório aponta ainda que o mercado de capitais continuou em expansão no primeiro semestre de 2023, apesar da desaceleração, especialmente nos três primeiros meses do ano. O caso das Lojas Americanas, em recuperação judicial desde janeiro, contribuiu para a desaceleração do crédito bancário. A empresa enfrenta uma crise devido a “inconsistências contábeis” e uma série de débitos com credores.

O Banco Central também ressalta que o Sistema Financeiro Nacional permanece com capitalização e liquidez confortáveis, além de provisões adequadas ao nível de perdas esperadas. Os testes de estresse de capital e liquidez demonstram a robustez do sistema bancário, o qual apresenta resultados positivos diante de diversos cenários simulados.

Em resumo, apesar da queda na rentabilidade dos bancos, o Banco Central expressa otimismo em relação às perspectivas para os próximos meses, com a expectativa de um cenário mais positivo para as instituições financeiras. O relatório apresenta uma análise detalhada dos diferentes aspectos do sistema bancário e destaca a importância de continuar acompanhando de perto o cenário econômico e financeiro.

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