Os brasileiros aguardavam a autorização para deixar a região, com a expectativa alimentada pela diplomacia brasileira de que a permissão seria concedida nesta quinta-feira. No entanto, a previsão não se confirmou. Em uma postagem nas redes sociais, o brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, lamentou mais um dia sem a autorização para sair.
“Coloca nosso nome e a gente sai. Por que não estão colocando nosso nome nessa lista? Isso é um absurdo. Nós somos reféns aqui de Israel”, desabafou Hasan, que está em Khan Yunis com a esposa e as duas filhas, de 3 e 6 anos, todas brasileiras. Ele foi para Gaza visitar a família poucos dias antes do início do conflito no Oriente Médio.
Ele relatou as dificuldades enfrentadas, incluindo a escassez de comida, água, gás, combustível e remédios. No entanto, mesmo diante dos desafios, o palestino naturalizado brasileiro mostrou que ainda há pão para se alimentar.
Até o momento, mais de 3.400 estrangeiros receberam autorização para deixar Gaza, sendo 36% deles portadores de passaporte dos Estados Unidos. A liberação dos estrangeiros não segue critérios divulgados, levantando a hipótese de manipulação dessas autorizações de acordo com o apoio dado pelos países a Israel.
Em comunicado divulgado, a Embaixada de Israel no Brasil negou qualquer intenção de atrasar a saída dos brasileiros. Dos 34 brasileiros presos em Gaza, 16 estão na cidade de Khan Yunis e 18 em Rafah, ambas no sul do território, próximas da fronteira com o Egito. O grupo é composto por 18 crianças, 10 mulheres e 6 homens.
A situação dos brasileiros em Gaza continua delicada, com a incerteza sobre quando poderão deixar a região e retornar ao Brasil. Enquanto isso, as autoridades brasileiras têm buscado alternativas para garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos brasileiros em meio ao conflito.