A obra “Os Cadernos de Pagu”, de Lúcia Teixeira, conta com cartas inéditas da autora, que estavam guardadas no livro. A carta foi escrita por Patrícia Rehder Galvão, mais conhecida como Pagu, e revela uma paixão avassaladora e intensa, a qual se torna evidente em diversos trechos do texto. A carta é um dos manuscritos inéditos que foi encontrada ao folhear o livro e que será lançado nos próximos dias na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos.
O livro foi organizado pela diretora do Centro de Estudos Pagu Unisanta, Lúcia Teixeira, que fundou o centro no ano de 2005 e conta com cerca de 3000 arquivos originais e digitalizados. A obra é parte de uma pesquisa que busca entender a vida e a obra da poeta brasileira, que teve uma trajetória marcada pelo engajamento político e pela busca por liberdade e igualdade.
Pagu nasceu em São João da Boa Vista, em 1910, e desde cedo demonstrou talento e interesse pela literatura, contribuindo com o Brás Jornal aos 15 anos sob o pseudônimo Patsy. Aos 18 anos, ela inicia um relacionamento com Oswald de Andrade, um dos fundadores do modernismo no Brasil. O relacionamento dos dois foi marcado por intensidade e pela busca por uma vida livre e independente.
No entanto, a vida de Pagu não foi fácil. Ela enfrentou críticas e pressões por parte do Partido Comunista Brasileiro, que questionava seu comprometimento com a militância e a pressionava a se tornar uma trabalhadora do chão de fábrica. Apesar das dificuldades, Pagu se manteve fiel aos seus ideais e se tornou uma figura importante no movimento feminista e na luta por direitos iguais.
A obra traz à tona a intensidade da vida de Pagu, seus amores, suas lutas e seu engajamento político. O lançamento do livro “Os Cadernos de Pagu” acontecerá no próximo sábado na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, e promete revelar aspectos inéditos e surpreendentes da vida da poeta e militante brasileira.
