Durante o 3º Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) em Belém, no Pará, o hip-hop conquistou um espaço relevante, sendo incluído como um setor criativo específico, juntamente com outros 15 segmentos culturais, como teatro, dança, música, audiovisual e circo, entre outros.
O DJ Raffa Santoro, pioneiro do hip-hop no Distrito Federal, busca vender seus serviços de produção musical e promover artistas de seu selo musical. Ele destaca que o movimento ainda é marginalizado, mas a participação em eventos como o MICBR mostra que o hip-hop está começando a ser valorizado de uma maneira diferente, abrindo portas para novas oportunidades.
A consultora de negócios do MICBR, Udi Santos, afirma que a cultura hip-hop tem uma identidade própria, permitindo uma valorização desse segmento dentro da indústria criativa. Ela ressalta a importância de entender como a cultura hip-hop funciona dentro desse contexto, possibilitando a venda da arte como produto.
O produtor cultural e MC Subversivo destaca a falta de incentivo à cultura pelo governo de seu estado, principalmente para artistas do Norte do país. Ele ressalta a dificuldade de expandir o trabalho para outras regiões e a falta de divulgação para artistas do Norte em comparação com a região sudeste.
No evento, esteve o produtor John Rodrigues, responsável pelo maior festival latino-americano de hip-hop na Colômbia. Ele destaca a importância do movimento como ferramenta de transformação social e defende um intercâmbio entre artistas brasileiros para fortalecer o mercado.
O argentino Pablo Vergara, produtor musical da Milo Records, ressalta a importância do hip-hop em seu país e busca conexões com artistas brasileiros para promover uma mistura da cultura argentina com a cultura do Brasil.
O Ministério da Cultura lançou um edital específico para premiar iniciativas da cultura hip-hop, com um total de 6 milhões de reais em apoio. O Prêmio Cultura Viva – Construção Nacional do Hip-Hop irá premiar pessoas físicas, grupos, coletivos e instituições sem fins lucrativos.
O hip-hop está em ascensão no Brasil e passa por um momento importante de reconhecimento e valorização. Com o apoio de políticas públicas e eventos como o MICBR, o movimento busca expandir sua presença e fortalecer o mercado cultural.
