Universidade Estadual Vale do Acaraú forma 66 professores indígenas para atuar em escolas diferenciadas das aldeias Tremembé

A Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) se tornou protagonista de um momento histórico nos últimos dias. A instituição outorgou grau a 66 professores indígenas que concluíram o curso Cuiambá Pedagogia Intercultural Indígena Magistério Tremembé. Essa formação tem como objetivo habilitar os educadores para atuar como pedagogos interculturais em nove escolas diferenciadas das aldeias Tremembé, localizadas nos municípios de Itarema e Acaraú.

A UVA se destaca como pioneira entre as universidades estaduais na oferta de um curso de magistério indígena, estabelecendo uma ação afirmativa que reconhece e valoriza os saberes e práticas das comunidades indígenas. Esse feito foi celebrado durante a solenidade de Outorga de Grau realizada no campus Betânia no dia 31 de outubro.

O Magistério Intercultural Tremembé, coordenado pela professora Adriana Campani, foi fruto de uma rede de parcerias institucionais entre a UVA, o Programa Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR), e outras entidades. Além disso, a formação contou com a participação de professores indígenas e mestres da cultura Tremembé, oriundos de diversas instituições de ensino superior.

Segundo a docente, o curso Cuiambá nasceu nas Aldeias Indígenas Tremembé e a UVA o reconheceu, acolheu, protegeu e foi co-gestora em seu desenvolvimento. Isso promoveu a articulação de saberes científicos, tecnológicos e Tremembé em uma metodologia de ensino-aprendizagem que reconhece o jeito Tremembé de ser, ensinar-aprender e se expressar.

A formação destes professores representa um marco na democratização do acesso ao ensino superior, permitindo que as comunidades indígenas se tornem protagonistas de sua própria educação. A UVA reconhece a importância de incluir e valorizar a cultura e os saberes indígenas, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e multicultural.

Durante a solenidade, a dança do Torém, ritual sagrado e ancestral considerado um símbolo de resistência dos Tremembé, ocupou a praça da Integração do campus Betânia. Indígenas e membros da comunidade acadêmica participaram da dança, celebrando a inclusão e a interculturalidade.

A UVA expressa gratidão ao povo Tremembé por enriquecer a cultura de formação de professores descentralizada, tornando-a mais inclusiva, democrática, intercultural e inovadora. A universidade se coloca como um território indígena, valorizando e reconhecendo as contribuições das comunidades indígenas para a educação e a sociedade como um todo.

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