A UVA se destaca como pioneira entre as universidades estaduais na oferta de um curso de magistério indígena, estabelecendo uma ação afirmativa que reconhece e valoriza os saberes e práticas das comunidades indígenas. Esse feito foi celebrado durante a solenidade de Outorga de Grau realizada no campus Betânia no dia 31 de outubro.
O Magistério Intercultural Tremembé, coordenado pela professora Adriana Campani, foi fruto de uma rede de parcerias institucionais entre a UVA, o Programa Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR), e outras entidades. Além disso, a formação contou com a participação de professores indígenas e mestres da cultura Tremembé, oriundos de diversas instituições de ensino superior.
Segundo a docente, o curso Cuiambá nasceu nas Aldeias Indígenas Tremembé e a UVA o reconheceu, acolheu, protegeu e foi co-gestora em seu desenvolvimento. Isso promoveu a articulação de saberes científicos, tecnológicos e Tremembé em uma metodologia de ensino-aprendizagem que reconhece o jeito Tremembé de ser, ensinar-aprender e se expressar.
A formação destes professores representa um marco na democratização do acesso ao ensino superior, permitindo que as comunidades indígenas se tornem protagonistas de sua própria educação. A UVA reconhece a importância de incluir e valorizar a cultura e os saberes indígenas, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e multicultural.
Durante a solenidade, a dança do Torém, ritual sagrado e ancestral considerado um símbolo de resistência dos Tremembé, ocupou a praça da Integração do campus Betânia. Indígenas e membros da comunidade acadêmica participaram da dança, celebrando a inclusão e a interculturalidade.
A UVA expressa gratidão ao povo Tremembé por enriquecer a cultura de formação de professores descentralizada, tornando-a mais inclusiva, democrática, intercultural e inovadora. A universidade se coloca como um território indígena, valorizando e reconhecendo as contribuições das comunidades indígenas para a educação e a sociedade como um todo.