Família assassinada em comunidade quilombola indica violência crescente contra quilombolas na Bahia e no Brasil.

Quatro pessoas foram brutalmente assassinadas em Jeremoabo, interior da Bahia, na manhã do último domingo (12), deixando a população local em estado de choque e medo. Entre as vítimas, três eram mulheres e um homem, todos pertencentes à mesma família. Flávia Nunes de Jesus, de 32 anos, Dominga Maria de Jesus Silva, de 68 anos, Judite Angelina de Jesus Santos, de 74 anos, e Eguinaldo de Jesus Silva, de 43 anos foram encontrados sem vida dentro de um veículo na estrada que leva à comunidade de Casinhas. A Polícia Civil da Bahia informou que as vítimas foram atingidas por tiros.

Além das quatro vítimas fatais, uma quinta pessoa também foi alvejada por disparos e foi encaminhada a uma unidade de saúde. A Polícia Militar desconhecia a identidade e o estado de saúde dessa pessoa, mas reportou que o local do crime foi isolado para a realização de perícia.

As autoridades suspeitam que os homicídios tenham acontecido como resultado de uma disputa entre famílias rivais da comunidade quilombola. A relação das vítimas com a comunidade quilombola ainda não foi confirmada, já que a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos não respondeu aos questionamentos da imprensa até o fechamento desta matéria.

A violência contra quilombolas, no entanto, não se restringe a esse episódio. A Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) apresentou um balanço que revela 35 assassinatos de quilombolas nos últimos dez anos. A Bahia é um dos estados com maior incidência desse tipo de violência, com nove casos registrados. Neste ano, cinco execuções já foram denunciadas, todas elas por arma de fogo e de lideranças das comunidades quilombolas.

Em outro trágico episódio, líderes e coordenadores quilombolas também foram alvo de assassinatos em outras ocasiões. A liderança da comunidade quilombola Mucambo, Luis Fernando de Jesus Santana, foi morta em sua casa, no centro de Santa Cruz de Goiás. Além disso, a coordenadora da Conaq Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares.

Os dados revelam uma realidade preocupante que deve ser enfrentada com urgência pelas autoridades competentes. É importante que a sociedade esteja atenta e cobre medidas efetivas para garantir a segurança e o respeito aos quilombolas e suas comunidades.

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