De acordo com a delegada Danielle Mendonça, titular da Decrin, a existência de uma delegacia especializada na luta por um mundo mais tolerante é uma forma de educar a sociedade para a valorização das diferenças. Ela destaca que a cultura brasileira naturaliza comportamentos e falas violentas, minimizando ou invisibilizando a xenofobia, o racismo e a homofobia, e a delegacia tem o papel de desconstruir esse discurso.
Além disso, Mendonça ressalta a importância do trabalho preventivo da Decrin, que recebe solicitações de palestras educativas por e-mail, para combater comentários disfarçados de brincadeiras que naturalizam a discriminação e minimizam determinados segmentos sociais. O objetivo é evitar a reprodução de um discurso que se encontra naturalizado na sociedade e tem que ser visto como crime.
Recentemente, a Decrin realizou uma prisão de um homem de 30 anos que estava em posse de material com apologia ao nazismo, resultado de um trabalho conjunto com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS). A delegacia funciona dentro do Centro de Formação e Inclusão Socioprodutivo (Cefisp), no mesmo prédio onde ficam o Centro de Referência em Direitos Humanos e o Centro de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, fortalecendo o diálogo entre os órgãos de acolhimento aos grupos vulneráveis.
A Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e a PC-CE reforça que as vítimas de discriminação podem realizar Boletim de Ocorrência (BO) na Decrin, seja publicamente, individualmente ou nas redes sociais. Fora do horário de expediente, o registro pode ser feito em qualquer outra unidade da PC-CE, incluindo a Delegacia Eletrônica.
Com isso, a existência da Decrin se mostra como um importante instrumento na luta por uma sociedade mais inclusiva e tolerante, promovendo a justiça e combatendo práticas discriminatórias que afetam grupos vulneráveis. A delegacia busca desconstruir discursos de intolerância, atuando tanto de forma preventiva quanto repressiva, para garantir o respeito à diversidade e o combate aos preconceitos enraizados na sociedade.
