“28ª Parada LGBTI+: O Amor, a Cidadania e a Luta LGBTI+ Jamais Vão Recuar” – Celebração e reivindicação em Copacabana

As cores vibrantes do arco-íris tomaram conta da famosa orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, dia 19 de setembro. Estamos presenciando a 28ª edição da Parada LGBTI+, o evento mais antigo do país, que tem como objetivo celebrar a diversidade e promover a luta contra retrocessos que representam ameaças aos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e interssexuais.

Com o lema “O Amor, a Cidadania e a Luta LGBTI+ Jamais Vão Recuar”, organizadores e participantes se unem para reforçar o papel essencial da importância de se manter a luta constante por igualdade e respeito. Um desse retrocessos é um projeto de lei que está no Congresso Nacional e visa proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal desde 2011.

Um apelo forte também foi feito pela deputada Dani Balbi (PCdoB), primeira transsexual da Assembleia Legistativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que defendeu a maior participação das pessoas LGBTI+ na política, a fim de ampliar a representatividade e defender políticas públicas para uma sociedade mais equânime. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem pelo menos 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais que se declaram lésbicas, gays ou bissexuais.

No evento, Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador-geral da marcha, fez questão de destacar que é possível fazer luta com alegria e celebração. Ele afirma que o movimento social tem sua própria dinâmica.

Além de representar a luta pela diversidade, o evento ressalta que é uma causa que não é exclusiva da comunidade LGBTI+. Evidenciando isso, um dos trios elétricos na orla representa a temática da defesa de direitos de negros, indígenas e religiões minoritárias.

Outro destaque da parada é a presença de oito participantes caracterizados como “anjos da diversidade”, que prestam um papel simbólico de paz, amor e harmonia. O evento também contará com a presença de artistas da comunidade LGBTI+ como Lexa e Valéria Barcellos, que têm a missão de animar os participantes com suas apresentações musicais.

Além de celebrar a diversidade, a parada também é um espaço para o cuidado da saúde da população. A prefeitura do Rio montou um estande para oferecer vacinação, testagem de sífilis e hepatites, e informações sobre PrEP e PEP, métodos preventivos para o HIV. No local, também são oferecidos serviços de cidadania prestados por parceiros como o Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública e o Ministério Público.

O evento tem grande impacto turístico e econômico na cidade do Rio de Janeiro, sendo o terceiro evento que mais atrai turistas para a cidade, logo atrás do Carnaval e do Réveillon. O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, destacou a importância econômica do evento e o papel transformador que a Parada desempenha na construção de um Brasil mais inclusivo.

Por fim, a Parada LGBTI+ não é apenas um evento de um dia, mas um processo civilizatório. Ela representa a construção de um país mais justo, inclusivo e igualitário, abrindo as portas para um mundo que visite um Brasil que não é racista, não é machista e onde as trans não são assassinadas. Este é o legado que a parada busca deixar para as próximas gerações, um Brasil onde todos se sintam acolhidos e respeitados.

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