O relatório aponta que as emissões desproporcionais geradas pela parcela mais rica da população são constantes impulsionadores do aquecimento global. A Oxfam estima que somente as emissões dessa elite, em 2019, podem causar a morte de 1,3 milhão de pessoas relacionadas ao calor no período de 2020 a 2100.
A diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, expressou a preocupação da organização com a desigualdade e o impacto das mudanças climáticas na população. Ela destacou que, enquanto a maioria da população sofre com os impactos das mudanças climáticas, o 1% mais rico continua a liderar o mundo em direção a um colapso planetário.
Além disso, a Oxfam aponta que a luta para acabar com a era dos combustíveis fósseis se torna inviável enquanto houver riqueza extrema no mundo e os governos não cumprirem os compromissos por uma sociedade sustentável.
O relatório foi elaborado com dados do Stockholm Environment Institute e avalia as estatísticas nacionais de emissões de consumo de 196 países, entre 1990 e 2019, do Global Carbon Atlas, que cobre quase 99% das emissões globais.
A Oxfam recomenda medidas como a tributação dos super-ricos e o investimento em serviços públicos para combater as desigualdades e as mudanças climáticas. Segundo cálculos da organização, um imposto de 60% sobre a renda do 1% mais rico do mundo arrecadaria US$ 6,4 trilhões, que poderiam ser utilizados para financiar a transição energética e preparar países e regiões afetados pelas mudanças climáticas.
O lançamento do relatório ocorre às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, em Dubai, programada para o período de 30 de novembro a 12 de dezembro. As recomendações do relatório da Oxfam são de crucial importância para orientar políticas governamentais e ações internacionais para combater as mudanças climáticas e promover a igualdade econômica e social.
