Deputado Gustavo Gayer (PL-GO) é denunciado por injúria contra Lula da Silva e racismo contra ministro dos Direitos Humanos.

Nesta segunda-feira (20), a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por racismo contra o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. A denúncia está fundamentada nas declarações do deputado durante uma entrevista concedida a um programa de podcast na internet, em junho deste ano.

Durante a entrevista, Gayer associou africanos a pessoas com quociente de inteligência (QI) baixo, afirmando que a população daquele continente não tem capacidade para viver em um regime democrático. Além disso, o deputado chamou o presidente Lula de “bandido”. Após as declarações serem levadas à PGR pela Advocacia-Geral da União (AGU) e parlamentares da base governista, o deputado publicou nas redes sociais uma mensagem contra Silvio Almeida, afirmando que “QI baixo é fundamental para apoiar ditaduras” e questionando a capacidade intelectual do ministro.

A vice-procuradora em exercício, Ana Borges Santos, destacou que as declarações de Gayer não estão cobertas pela imunidade parlamentar, alegando que o discurso foi dolosamente ofensivo, injurioso, depreciativo e aviltante. A Agência Brasil entrou em contato com o gabinete do deputado para obter uma resposta, mas ainda aguarda retorno.

Em um vídeo publicado nas redes sociais na época dos fatos, Gayer alegou que sua entrevista foi tirada de contexto e publicada de forma distorcida na internet. O parlamentar afirmou que seus comentários se referiam à qualidade da educação e subnutrição no continente africano, fatores que, segundo ele, têm impacto no QI da população.

O caso reascende o debate sobre o discurso de ódio e racismo no Brasil, especialmente no ambiente político. A denúncia da PGR é um sinal da necessidade de responsabilização diante de declarações que oferecem ofensas e propagam estereótipos racistas. A expectativa agora é de que haja um desenrolar justo e equitativo no desenrolar do processo, garantindo que as vozes das vítimas sejam ouvidas e que a justiça seja feita. Acompanharemos a evolução desse caso importante.

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