A discussão teve como objetivo fazer o internauta refletir sobre os principais desafios para a efetiva inclusão do povo negro na sociedade brasileira, a necessária reparação da história, o fim da violência contra corpos negros e a representatividade negra em espaços de poder.
Entre as participantes estavam a professora e jornalista Rosane Borges, a diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, a fundadora e coordenadora de Captação de Recursos e Articulação Política do Instituto Odara da Mulher Negra, a historiadora Valdecir Nascimento, a jornalista do canal de TV por assinatura Globo News, Flávia Oliveira, e a mediadora, a jornalista Alane Reis.
Todas as participantes concordaram que o racismo continua sendo um problema significativo no Brasil e que é fundamental honrar a memória do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi dos Palmares, morto em 1965, que se tornou um símbolo de resistência contra a escravidão colonial.
Para Rosane Borges, o capitalismo coloniza até a luta negra, e é importante resistir ao processo de cooptação capitalista, escravagista, patriarcal e classista. Ela enfatizou a necessidade de incluir os negros em todos os aspectos para que o Brasil se torne uma verdadeira nação.
Flávia Oliveira destacou a importância do Dia da Consciência Negra ao dizer que é a data escolhida pelo povo negro para celebrar, lutar por direitos e reconhecer a luta por liberdade do povo preto. Além disso, ela apontou que o acesso tecnológico contribui para a resistência negra ao formar redes, que ela apelidou de quilombos virtuais, e por disputar narrativas legítimas do movimento negro por direitos.
Outros temas discutidos durante o debate incluíram a homenagem a personalidades negras, a importância de indicar uma mulher negra para a vaga de ministra no Supremo Tribunal Federal, as mortes de jovens negros em todo o país e o assassinato da líder quilombola, a ialorixá Mãe Bernadete Pacífico. Valdecir Nascimento questionou a linha de investigação do assassinato de Mãe Bernadete, enfatizando que a hipótese de tráfico de drogas encobre a motivação de racismo e intolerância religiosa.
Jurema Werneck destacou que a luta do povo preto deve começar com a denúncia ao mundo de tudo o que está errado no país, como os assassinatos de jovens negros por agentes de segurança pública. Ela também criticou negros que, ao ascenderem socialmente, se esquecem da luta.
O debate, que ocorreu no canal Esboço do Contemporâneo, no YouTube, contou com a participação de dezenas de internautas que se uniram às vozes das ativistas negras, postando comentários que agradeceram a iniciativa.
A discussão proporcionou uma reflexão importante sobre as resistências negras no Brasil e a luta contínua por igualdade e justiça para o povo negro. As participantes foram unânimes em sua convicção de que a luta contra o racismo e a discriminação continua sendo uma prioridade fundamental para a sociedade brasileira.