Onda de calor no Ceará preocupa autoridades de saúde e população: riscos de desidratação e medidas de precaução são destacados.

Onda de Calor Põe População em Risco no Ceará

Uma onda de extremo calor tem assolado o Brasil nos últimos meses, trazendo preocupações para a saúde da população e chamando a atenção das autoridades. No Ceará, a cidade de Jaguaribe registrou a maior temperatura do ano, com 41,9°C, seguida por Santa Quitéria, que atingiu 41,8°C, no último sábado (18). A previsão é de que as temperaturas continuem elevadas até o fim do ano. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o calor intenso é resultado do afastamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) da costa cearense, aliado à ausência de outros sistemas precipitantes e à predominância do fenômeno El Niño.

Segundo especialistas, os maiores riscos para a saúde surgem quando a temperatura do ar supera a do corpo humano, que é em média 36,5 graus. A médica clínica geral e coordenadora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Messejana, Cinthia Rocha, alerta que temperaturas acima desse limite podem sobrecarregar o corpo, levando à desidratação e a distúrbios hidroeletrolíticos, o que pode resultar em complicações cardíacas, especialmente em pessoas com problemas cardiovasculares, crianças menores de dois anos e idosos.

Rocha recomenda evitar locais fechados e com grande aglomeração de pessoas nos dias mais quentes, e, caso a exposição ao calor extremo seja inevitável, aconselha a ingestão de bastante líquido, o uso de roupas de proteção, barreiras físicas, como guarda-sóis, e refeições leves. Ela destaca que crianças e idosos, por beberem menos água, estão mais suscetíveis à desidratação, e alerta para a importância de monitorar sintomas como boca seca, irritabilidade, tontura e desmaios por baixa pressão.

O tratamento para a desidratação é feito por hidratação oral ou venosa, e a UPA de Messejana é uma das unidades referência no atendimento desse problema. Além disso, a médica alerta para a insolação como o problema mais preocupante associado à exposição ao calor extremo, o qual pode provocar danos ao cérebro, coração, rins e músculos, caso não seja tratado rapidamente.

Um estudo publicado em 2022 na revista Nature mostrou que as temperaturas extremas foram responsáveis por quase 6% das mortes em cidades da América Latina, principalmente por doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente entre idosos e crianças. Diante desse cenário, é crucial que a população se proteja e busque atendimento médico caso apresente sintomas relacionados ao calor excessivo.

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