Para a organização do evento, é importante potencializar e reverenciar movimentos e manifestações culturais que se tornaram base sólida no processo de resistência e transformação social nas favelas. A cultura hip hop surgiu há 50 anos com uma festa organizada pelos irmãos Cindy Campbell e seu irmão, o DJj Kool Herc, que reuniram, pela primeira vez, no bairro nova-iorquino do Bronx, o rap, o break, o graffiti e o DJ. O encontro foi batizado pelo DJ Afrika Bambaataa, que fundou a Universal Zulu Nation.
Em São Paulo, a cultura hip hop ganhou força como expressão de resistência na década de 80, tendo a estação de Metrô São Bento como importante local de encontro, uma ocupação que não era bem-vinda.
A programação do festival incluiu a Batalha de B-Boys e B-Girls, uma competição de dança breaking entre dois grupos, apresentando acrobacias e coreografias. Os DJs Ninja, Rooneyoyo, Zulu e Rock Master animaram a manhã do evento. Além disso, a Live Paint Graffiti contou com a participação de grafiteiras integrantes da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop.
A Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, criada em 2010 por mulheres de oito estados brasileiros, busca o reconhecimento da cultura hip hop pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A competição de spoken word também fez parte da programação, com participantes tendo 3 minutos para apresentar suas poesias, sendo o júri formado pelo público.
Para encerrar o festival, a DMC Brasil fez a discotecagem de encerramento para celebrar a cultura de DJ, festas, bailes e discos de vinil. O evento teve como propósito valorizar e destacar a importância da cultura hip hop, assim como proporcionar um espaço para a expressão artística e cultural das favelas.