Greve dos servidores estaduais causa transtornos aos moradores da Grande São Paulo nesta terça-feira e protesto é contra privatização de empresas públicas.

Na manhã desta terça-feira (28), a região metropolitana de São Paulo foi tomada por uma greve de servidores estaduais, incluindo metroviários e ferroviários, que está causando dificuldades para os moradores se deslocarem. A principal motivação para o protesto é a resistência à privatização de empresas e órgãos públicos.

As linhas 15-Prata do metrô e 10-Turquesa do trem estão completamente paralisadas, enquanto outras linhas do metrô funcionam parcialmente. No caso do trem, a linha 12-Safira e 13-Jade estão operando normalmente, e as linhas 7-Rubi e 11-Coral têm funcionamento parcial. Já as linhas concedidas à iniciativa privada, 4 e 5 do metrô e 8 e 9 de trens metropolitanos, estão operando sem interrupções.

Como resultado, o trânsito na capital está acima da média nesta manhã, com 521 quilômetros de filas, sendo a zona leste a mais afetada, com 170 km de engarrafamento. A situação está afetando diretamente a rotina dos moradores, como é o caso de Vanessa Dias, que teve que percorrer um trajeto ainda mais longo do que o habitual para chegar ao trabalho, sendo compensada pela empresa com um carro por aplicativo.

Outro morador, Carlos André Teixeira, teve que recorrer ao mesmo meio de transporte para chegar ao seu destino. Ele expressou frustração com a situação e a falta de informação sobre a paralisação. A liberação das catracas para a população foi uma das propostas feitas pelos sindicatos para manter a operação das linhas neste dia de mobilização, mas o governo estadual rejeitou, alegando risco de tumultos e acidentes nas estações.

A greve também tem gerado impactos econômicos, com mais de 4,6 milhões de passageiros sem acesso ao transporte sobre trilhos e perdas de mais de R$ 60 milhões ao comércio. Uma liminar concedida pelo desembargador Marcelo Freire Gonçalves do TRT2 determinou que os trabalhadores da Companhia do Metrô mantenham 80% do efetivo em atividade no horário de pico e 60% nos demais períodos, sob pena de multa diária de R$ 700 mil em caso de descumprimento.

Além disso, a greve está relacionada às privatizações propostas pelo governo de Tarcísio de Freitas, que envolvem a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), a Fundação Casa e a Linha 7 da CPTM. O movimento também visa pressionar o governo contra a proposta que altera a Constituição paulista, reduzindo o percentual mínimo de investimento na educação.

Essa é a terceira paralisação realizada neste ano para manifestar o descontentamento da população com as políticas de privatização e as mudanças estruturais propostas pelo governo do estado. A greve trabalhista, que tem impactado milhões de passageiros, reflete as tensões presentes na sociedade paulista em relação às políticas públicas e à gestão dos serviços essenciais.

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