Diferentemente dos anos anteriores, que baseavam suas projeções populacionais em revisões feitas em 2018 e no Censo de 2010, o estudo de 2022 foi construído com base no Censo Demográfico de 2022. Nesse sentido, uma das principais novidades trazidas pelo estudo é refletir os impactos da pandemia de covid-19 na expectativa de vida dos brasileiros.
Pela primeira vez, os dados consideram os óbitos causados pela doença, ao contrário dos números de 2020 (76,8 anos) e 2021 (77 anos) que não incluíram as mortes por covid-19. A pesquisadora do IBGE, Izabel Marri, destacou a importância desse novo olhar sobre os dados: “A gente fez uma estimativa não prevendo uma crise sanitária que afetasse os óbitos”.
Os índices também mostram que a esperança de vida no país em 2020 foi de 74,8 anos e em 2021 foi de 72,8 anos, refletindo uma queda em virtude da pandemia. No entanto, Marri acredita que os números de 2022 representam uma recuperação em relação aos piores momentos da crise sanitária.
A pesquisadora ainda faz projeções para os próximos anos, esperando uma recuperação gradual da expectativa de vida. Em relação aos anos anteriores à pandemia, a revisão do IBGE apontou para as seguintes expectativas de vida: 2019 (76,2 anos), 2018 (76,1 anos), 2017 (75,6 anos) e 2016 (75,3 anos).
Além disso, os dados mostram diferenças entre os sexos em relação à expectativa de vida. Em 2019, a expectativa de vida das mulheres era de 80,1 anos, enquanto a dos homens era de 73,1 anos. Em 2022, as expectativas caíram para 79 anos para mulheres e 72 anos para homens.
A taxa de mortalidade infantil também apresentou um aumento de 2019 para 2022, com a probabilidade de morte do recém-nascido registrada em 12,84 por mil nascidos vivos, acima dos 11,94 por mil de 2019. Entre os homens, a taxa foi de 13,94 (superior aos 12,85 de 2019), enquanto entre as mulheres foi 11,69 (acima dos 10,98 de 2019).
A pesquisa ainda ressalta que os dados de 2022 sinalizam uma recuperação em relação ao pior momento da pandemia, e que a expectativa é que a expectativa de vida continue crescendo nos próximos anos, podendo recuperar as perdas sofridas durante a crise sanitária.
