Os funcionários têm até o dia 12 de dezembro para aderir ao PDV, e aqueles que não aderirem terão estabilidade no emprego até 31 de maio de 2024. A proposta da empresa estabelece que os trabalhadores com um a seis anos de fábrica recebam seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses ou R$ 6 mil. Enquanto aqueles com sete anos ou mais de fábrica receberão cinco meses de salário, um carro Onix Hatch LS ou R$ 85 mil e plano médico por seis meses ou R$ 12 mil.
O PDV é uma alternativa às demissões feitas em outubro pela GM e que foram canceladas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em decisão no final de outubro. Na ocasião, a Justiça determinou, em caráter liminar, a reintegração de 839 trabalhadores da fábrica, sob pena de multa diária de R$ 1.000 por trabalhador dispensado ou não reintegrado.
A Justificativa da montadora para as demissões foi a queda nas vendas e nas exportações, levando a empresa a “adequar seu quadro de empregados”. Em comunicado, a GM afirmou que a medida foi tomada após várias tentativas de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), férias coletivas, days off (dias de folga) e proposta de desligamento voluntário. “Entendemos o impacto que essa decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, disse a GM naquele momento.
As demissões ocorreram no dia 21 de outubro, também nas fábricas da montadora em São Caetano do Sul e em Mogi das Cruzes, levando os empregados a entrar em greve por 17 dias até que todos voltassem aos postos. A paralisação só foi suspensa após o cancelamento das demissões e o pagamento dos dias parados. Segundo o sindicato, a GM demitiu 1.245 funcionários nas plantas paulistas, sendo 839 em São José dos Campos, 300 em São Caetano e 105 em Mogi das Cruzes.
Em relação ao PDV, o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida, afirmou que o sindicato é contra qualquer fechamento de postos de trabalho, mas o PDV já era uma pauta, como alternativa às demissões arbitrárias feitas pela GM. Ele ressaltou que o PDV não coloca um ponto final na luta em defesa dos empregos e que o sindicato estará atento a qualquer movimentação da empresa no sentido de realizar novos cortes.
A fábrica de São José dos Campos tem cerca de 4 mil trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer. O PDV, segundo a proposta acordada, segue como uma alternativa à retomada das demissões feitas pela GM e representa um desafio para a manutenção dos empregos dentro da fábrica. A expectativa é de que o programa seja aderido em grande número, atendendo às demandas da empresa por adequação do quadro de funcionários.