A influência dos batuques africanos, a trajetória das rodas de samba e a importância da casa da famosa baiana Tia Ciata, no coração do território que ficaria conhecido como Pequena África, na região central do Rio de Janeiro, são reverenciadas nessa data. É a partir desse contexto que nasce o primeiro samba gravado, “Pelo Telefone”, do compositor Donga, e também a primeira escola de samba, Deixa Falar, ambos marcos importantes na história do samba.
Uma tese de doutorado sobre a relação do samba, espiritualidade e mulheres de axé enfatiza que o samba nasceu nos terreiros, ganhando novas nuances quando chegou ao Rio de Janeiro. Mulheres como Tia Ciata e Tia Perciliana, foram fundamentais para o desenvolvimento do samba carioca, trazendo temáticas não sagradas para esse gênero musical.
Além disso, o samba carrega consigo a influência de ritmos e valores culturais locais em diferentes regiões do país. Em 2007, o Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu três gêneros do samba carioca como patrimônio cultural: rodas que cantam partido-alto, samba de terreiro e samba enredo.
O samba não morre, pois está sempre se reinventando. Esta afirmação da pesquisadora e jornalista Maíra de Deus Brito é comprovada pelas diversas formas e estilos que o samba assume em diferentes regiões do Brasil, mantendo-se vivo e presente na cultura nacional. No Rio de Janeiro, por exemplo, o samba continua a emocionar e unir as pessoas. O tradicional Samba do Trabalhador, comandado por Moacyr Luz, é uma das rodas mais festejadas, lotando o Clube Renascença e mantendo viva a tradição do samba.
Para celebrar o Dia Nacional do Samba, o programa “Caminhos da Reportagem”, da TV Brasil, apresentará uma reportagem sobre a importância e a história desse gênero musical no domingo, 3 de dezembro, às 22h. A reportagem irá destacar a essência e a relevância do samba, que sobrevive mesmo diante do grande sucesso comercial do Carnaval. É uma forma de homenagear e preservar a rica cultura do samba, que continua a encantar e emocionar gerações.
