Lula defende financiamento climático e ambiental sem repetir modelos excludentes de FMI e Banco Mundial na COP28 em Dubai

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um evento na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Durante a conferência, Lula destacou a necessidade de reforma nos mecanismos de financiamento climático e ambiental, afirmando que estes não devem reproduzir a lógica excludente de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Lula argumentou que a representatividade no Conselho do Fundo Global para o Meio Ambiente é falha, citando que países desenvolvidos ocupam seus próprios assentos, enquanto o Brasil, Colômbia e Equador são obrigados a dividir uma única cadeira. Além disso, o presidente ressaltou que os países pobres enfrentam barreiras burocráticas para acessar os fundos ambientais, apesar de um saldo acumulado de mais de U$S 10 bilhões nos quatro maiores fundos.

Para implementar suas contribuições ambientais e os planos de adaptação, Lula indicou que os países em desenvolvimento vão precisar de U$S 4 a 6 trilhões ao ano. Ele também enfatizou a necessidade de debate sobre a falta de representatividade e a urgência de reformar o Banco Mundial e o FMI.

Durante o evento na COP28 organizado pelo G77 + China, Lula destacou a importância da cooperação internacional, citando a criação de um Fundo de Perdas e Danos para financiar medidas de compensação ambiental para os países mais vulneráveis. No entanto, o presidente demonstrou preocupação com a administração do Fundo, que será feita pelo Banco Mundial.

Além das questões climáticas, Lula também abordou os conflitos na Ucrânia e na Palestina, pedindo medidas para encerrar as batalhas e ressaltando a importância da paz e da negociação nas relações internacionais. Em relação ao conflito na Faixa de Gaza, Lula classificou as ações de Israel como genocídio e pediu maior engajamento do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para alcançar um acordo de paz.

O presidente também defendeu mudanças no Conselho de Segurança da ONU, buscando maior representatividade e responsabilidade, e concluiu que é necessário um esforço conjunto dos presidentes dos países para promover a paz e evitar a prevalência da irresponsabilidade sobre a sensatez.

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