Conselho de Comunicação Social critica tese do STF sobre responsabilização de empresas jornalísticas por acusação falsa de entrevistados.







Decisão do STF preocupa Conselho de Comunicação Social


Integrantes do Conselho de Comunicação Social (CCS) mostraram-se preocupados com a recente tese do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata da responsabilidade das empresas jornalísticas por acusações falsas feitas por entrevistados. A crítica foi feita durante reunião realizada nesta segunda-feira (4) pelo CCS.

O presidente do CCS, Miguel Matos, criticou a decisão do STF, que fixou critérios para responsabilizar empresas jornalísticas que divulguem entrevistas com acusações falsas. Segundo ele, a abordagem adotada pela decisão ameaça a liberdade de expressão e imprensa, representando um retrocesso para as liberdades fundamentais. Matos afirmou que a decisão pode acarretar autocensura, sufocar a liberdade de expressão e empobrecer o debate público.

O posicionamento do STF, que estabelece que as empresas são obrigadas a verificar a veracidade da acusação e informar ao público se forem falsas, foi duramente criticado pelos integrantes do Conselho. A vice-presidente do CCS, Patrícia Blanco, afirmou que a tese é extremamente preocupante e que sua decisão deveria ser tratada caso a caso, não de maneira generalizada.

O conselheiro Davi Emerich declarou que a matéria é controversa e questionou a responsabilização dos jornais por todas as entrevistas que forem colhidas. Já a conselheira Bia Barbosa afirmou que a decisão é um risco para o jornalismo livre, podendo gerar autocensura dos jornalistas e veículos de comunicação, além de aumentar a insegurança jurídica.

A conselheira Maria José Braga classificou a decisão do tribunal como equivocada e apontou que a tese é danosa para o jornalismo, podendo promover perseguição judicial contra jornalistas. Por fim, o conselheiro João Camilo Júnior informou que a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) ainda não divulgou posicionamento sobre a questão.

Diante dessa preocupação, o CCS divulgou nota oficial expressando sua profunda preocupação em relação às consequências que a decisão vinculante do Poder Judiciário possa provocar no exercício das liberdades de imprensa e de expressão. Além disso, agendou a próxima reunião para 5 de fevereiro de 2024, às 14h, e aprovou a realização de um seminário sobre Educação Midiática, a ser realizado em março de 2024 no Senado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo