O ministro destacou que a independência do tribunal impede que seu prestígio seja mensurado por meio de pesquisas de opinião pública, já que, segundo ele, a natureza de um tribunal constitucional é fazer o que é necessário, mesmo que isso desagrade setores da sociedade. Ele afirmou que é impossível agradar a todos ao mesmo tempo e que tentar fazê-lo seria não cumprir bem o próprio papel na vida.
Além disso, Barroso fez um apelo aos juízes brasileiros para que tratem com respeito as pessoas que comparecem aos tribunais do país. Ele destacou a importância de tratar as pessoas com consideração, gentileza e, quando necessário, com carinho, enfatizando que essa atitude irá moldar a imagem do Judiciário perante a sociedade.
Outro ponto abordado por Barroso foi a necessidade de equidade racial no Poder Judiciário. Ele afirmou que está trabalhando na criação de um programa de bolsas de estudos para candidatos negros que desejem prestar concursos públicos para a magistratura. O ministro reconheceu que as cotas raciais não estão sendo preenchidas nas seleções e ressaltou a importância do compromisso com a inclusão social das pessoas negras, que historicamente foram excluídas de oportunidades de participação na vida brasileira.
Barroso também destacou que o Poder Judiciário tem uma dívida histórica com as pessoas que foram escravizadas e que é essencial buscar ações afirmativas para promover a inclusão social desses grupos. Suas declarações ecoam o crescente debate sobre representatividade e diversidade no sistema judiciário brasileiro.
A fala do presidente do STF acontece em meio ao afastamento da juíza Kismara Brustolin, da Vara do Trabalho em Xanxerê (SC), após exigir ser chamada de “excelência” por um homem que testemunhava em um processo trabalhista e ter proferido ofensas. O caso, divulgado em vídeo nas redes sociais, reforça a necessidade de atenção e debate sobre o tratamento e conduta dos juízes em relação às pessoas que chegam aos tribunais.
Sendo assim, a declaração de Barroso e os eventos recentes envolvendo juízes brasileiros colocam em pauta a importância do respeito, da equidade e da diversidade no sistema judiciário do país.
