Atlas da Violência 2021: Queda significativa nas taxas de homicídio em diversas unidades da federação; região Norte é exceção

Novo Atlas da Violência revela queda nas taxas de homicídio em diversas regiões do Brasil

O Atlas da Violência é divulgado anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e traz informações importantes sobre a violência no país. De acordo com a nova edição, entre os anos de 2016 e 2021, 12 das 27 unidades da federação registraram quedas nas taxas de homicídio superiores a 30%. Em sete delas – Acre, Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Sergipe – a redução foi de mais de 40%. Destaca-se a diminuição significantes nessas localidades.

O relatório também aponta quedas robustas no Acre (33,5%), Sergipe (20,3%) e Goiás (18%) apenas entre 2020 e 2021. Por outro lado, os maiores aumentos foram observados no Amazonas (34,9%), Amapá (17,1%) e Rondônia (16,2%). As estatísticas do Atlas da Violência envolvem não somente homicídios, mas também outras formas de violência contra populações específicas, como mulheres, crianças, idosos, LGBTQIAP+, negros e indígenas.

Os dados utilizados para a elaboração do Atlas da Violência tem como base principalmente informações do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos sob gestão do Ministério da Saúde. Além disso, os mapeamentos demográficos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levantamentos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública também são considerados na análise.

O relatório aponta que, apesar da queda nas taxas de homicídio, o Brasil ainda apresenta um patamar acima do verificado em 2019. Durante a última década, houve uma tendência ininterrupta de crescimento de homicídios no país, com exceção do período entre 2018 e 2019. Em relação a 2021, houve 47.847 ocorrências, o que corresponde a uma taxa de 22,4 mortes por 100 mil habitantes.

A diminuição das taxas de homicídio ocorreu em praticamente todas as regiões do país, com exceção da região Norte. Cinco estados – Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – registraram índices abaixo de 19,9 por 100 mil habitantes. Já as maiores taxas – entre 35,5 e 52,6 por 100 mil habitantes – foram observadas no Amazonas, Roraima, Amapá, Ceará e na Bahia.

Além disso, o relatório aponta que os homens entre 15 e 29 anos são os mais propensos a serem vítimas de homicídios, e a redução da população nessa faixa etária tem influenciado na queda do número de casos. No entanto, o Atlas da Violência ressalta que a redução dos homicídios no país poderia ter sido mais intensa, não fosse a política armamentista desencadeada no governo Bolsonaro.

Em relação à violência contra crianças, adolescentes, idosos e população LGBTQIAP+, o relatório traz números alarmantes. Entre os anos de 2011 e 2021, 2.166 crianças de zero a quatro anos e 7.396 de cinco a 14 anos perderam suas vidas por agressão no Brasil. No mesmo período, 97.894 adolescentes entre 15 e 19 anos foram vítimas de violência letal. A violência contra idosos também é destacada no relatório, com destaque para as diferenças de raça, já que a mortalidade por agressão é cerca de 41% mais elevada para negros do que para não negros.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo