Falece aos 81 anos o físico ítalo-brasileiro Ennio Candotti, fundador do Museu da Amazônia (Musa) e líder científico do país

O físico ítalo-brasileiro e fundador e diretor do Museu da Amazônia (Musa), Ennio Candotti, faleceu nesta quarta-feira (6), aos 81 anos. O Brasil perde um dos principais líderes científicos do país, eleito presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) quatro vezes entre 1989 e 2007.

Seu velório será realizado nesta sexta-feira (8), no Museu da Amazônia em Manaus, de 9h às 15h. O museu permanecerá fechado a partir desta quinta-feira (7), sem data para reabertura.

Nascido em 1942 na cidade de Roma, na Itália, Candotti e sua família vieram para o Brasil em 1952, por conta de uma crise econômica. Ele formou-se em física pela Universidade de São Paulo (USP) e estudou filosofia na mesma instituição.

Em nota de pesar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua solidariedade aos familiares, amigos e alunos de Candotti. “Sempre foi comprometido com o desenvolvimento científico brasileiro e a preservação do meio ambiente”, afirmou. O físico também era professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) também lamentou a morte de Candotti em um comunicado nas redes sociais, destacando seu papel como “grande divulgador da ciência”. Em 1998, ele foi premiado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) com o prêmio Kalinga por sua contribuição para a popularização da ciência.

Na 59ª Reunião Anual da SBPC, realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA), em 2007, Candotti estava em seu último mandato como presidente da SBPC. Ele sugeriu, em uma das mesas da programação do evento, que fosse construído um museu dentro da floresta amazônica. Sua ideia ganhou forma dois anos depois, e o pesquisador foi convidado a ser o diretor-geral do Museu da Amazônia (Musa), cargo que ocupou até o dia de sua morte.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em nota, disse que a morte do especialista deixa uma “lacuna irreparável na comunidade científica brasileira”.

Para o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, Candotti era “um visionário e incansável batalhador pelos temas que considerava altamente relevantes para o país, um paladino apaixonado pela melhoria do conhecimento científico da sociedade brasileira e pela defesa da Amazônia”. Seu forte espírito de luta, “não cedendo aos obstáculos que surgiram em seu caminho” foi ressaltado pelo presidente.

O Brasil perde um grande líder científico e defensor da Amazônia. Ennio Candotti deixa um legado notável de dedicação, comprometimento e amor pela ciência, que continuará a inspirar futuras gerações de pesquisadores.

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