Segundo o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Ulysses Gomes (PT), a ideia de federalização ou a diminuição de juros têm gerado divergências. Ele explicou que é preciso resolver o problema da dívida e que a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apesar de ser motivada, encontra resistência entre sindicatos, deputados e outros parlamentares.
O governo mineiro havia informado no final de novembro que concordava com a proposta de ceder à União o controle das estatais locais, como a Companhia Energética (Cemig), Companhia de Saneamento (Copasa) e Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codemig), como alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Segundo o plano, o governo mineiro poderia recomprar as ações das empresas após 20 anos.
Além da questão da federalização, a bancada de oposição ao governo de Minas Gerais também discorda das condições do plano de recuperação fiscal proposto por Zema. O principal receio dos parlamentares é em relação ao congelamento do salário do funcionalismo público mineiro.
De acordo com Ulysses Gomes, existe tempo para discutir uma terceira proposta para resolver a crise fiscal mineira. Isso porque a União planeja pedir ao Supremo Tribunal Federal a prorrogação do prazo limite para que o governo mineiro volte a pagar as parcelas da dívida com a União. O prazo atual é 20 de dezembro, mas pode ser estendido até 31 de março de 2024, caso o Supremo acate a proposta da União.
Vale destacar que o pagamento da dívida do estado com a União precisa ser aprovado tanto pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais como pelo Congresso Nacional. Na reunião desta sexta-feira, estiveram presentes, além de Ulysses Gomes, os deputados estaduais Cristiano Silveira, Beatriz Cerqueira e Macaé Evaristo, do PT; Bella Gonçalves (PSOL) e Lohanna (PV). Também compareceram os deputados federais por Minas Gerais Reginaldo Lopes, Rogério Correia, Paulo Guedes, Ana Pimentel, Dandara e Odair Cunha, todos do PT.