Estudo do Ipea revela que problemas familiares e desemprego são os principais motivos que levam pessoas a morarem na rua.

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os principais motivos que levam as pessoas a viverem nas ruas são problemas familiares e desemprego. Os resultados desse estudo foram divulgados nesta segunda-feira (11) e levam em consideração os dados presentes no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

De acordo com esse cadastro, em agosto de 2023, 227 mil pessoas estavam oficialmente registradas como em situação de rua. No entanto, o Ipea alerta que esse número não pode ser considerado um censo oficial, devido às dificuldades existentes para fazer um levantamento preciso de todas as pessoas que fazem parte desse grupo mais vulnerável.

Além dos problemas com a família e o desemprego, outros motivos individuais que explicam a situação de rua foram citados, como alcoolismo e outras drogas, perda de moradia, ameaça e violência, distância do local de trabalho, tratamento de saúde, preferência própria e outras questões. Como uma pessoa pode ter indicado mais de um motivo, os percentuais somam mais de 100%.

O Ipea também identificou que as causas que levam as pessoas a viverem nas ruas podem ser organizadas em três dimensões: exclusão econômica, fragilização ou ruptura de vínculos sociais e problemas de saúde, principalmente os relacionados à saúde mental.

Além disso, o estudo apontou que as questões raciais, geográficas e gerais também desempenham um papel fundamental na situação de rua das pessoas. A maioria das pessoas em situação de rua se declarou negra, e o número médio de anos de escolaridade entre os negros era menor do que entre os brancos.

Quanto às políticas públicas, o Ipea ressalta a importância de um diagnóstico preciso da situação e um conjunto abrangente de informações para colaborar com o aprimoramento das políticas públicas voltadas à população em situação de rua. O governo federal também lançou o Plano Nacional Ruas Visíveis, com um investimento inicial de R$ 982 milhões, com o objetivo de ajudar as pessoas que vivem nessa condição.

Em suma, o estudo do Ipea ressalta a importância de políticas públicas abrangentes e eficazes, bem como a necessidade de um maior apoio e investimento para combater a situação de rua no Brasil. A atenção e ações nesse sentido são fundamentais para garantir a segurança e dignidade das pessoas que se encontram nessa situação vulnerável.

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