Durante uma reunião realizada hoje na capital alagoana, Dantas afirmou que a desapropriação seria uma forma de reverter o dano causado pela Braskem e criar um memorial para as vítimas da tragédia. O governador também defendeu a ampliação da área de atenção para incluir mais três bairros afetados pelo problema.
No entanto, a proposta do governador não foi bem recebida por Alexandre de Moraes Sampaio, representante das vítimas no Grupo de Trabalho de Combate ao Crime da Braskem. Ele criticou a hipótese de a empresa receber indenização do estado após causar danos às vítimas e ameaçou deixar o grupo.
A procuradora-geral do estado, Samya Suruagy do Amaral Pacheco, explicou que o governo já entrou com uma ação judicial para garantir a manutenção da propriedade aos donos dos imóveis afetados, mesmo que tenham assinado acordos com a empresa.
O deputado federal Rafael Brito (MDB-AL) concordou com a procuradora e expressou desconfiança em relação às supostas indenizações pagas pela Braskem, afirmando que a empresa comprou os imóveis das vítimas e que não está claro se ela poderá se beneficiar economicamente no futuro.
A Braskem alega ter pago R$ 4,4 bilhões em indenizações, representando 99,8% do total. A empresa também paralisou a extração de sal-gema e assinou acordos com o Ministério Público para compensar as vítimas e reparar os danos causados.
A decisão sobre a desapropriação da área afetada pelo crime ambiental da Braskem ainda está em andamento e envolve uma série de questões legais, ambientais e de justiça em relação às vítimas afetadas e às responsabilidades da empresa. A situação continua sendo monitorada pelas autoridades governamentais e demais órgãos envolvidos.