Supremo forma maioria para manter resolução que amplia poder do TSE no combate à desinformação nas eleições de 2022.

Nesta sexta-feira (15), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para manter a resolução que ampliou os poderes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no combate à desinformação nas eleições de 2022. A decisão foi tomada após a Corte rejeitar, durante as eleições do ano passado, uma ação do ex-procurador-geral da República Augusto Aras para suspender a norma, que segundo ele, poderia promover a censura prévia de conteúdos na internet.

Os ministros do STF analisam um recurso da antiga gestão da PGR contra a decisão que validou a norma e, até o momento, seis dos dez ministros já votaram pela manutenção da resolução. Os votos a favor da manutenção foram proferidos pelos ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

O ministro Alexandre de Moraes, que também é presidente do TSE, ressaltou em seu voto a importância do Estado reagir contra os “efeitos nefastos” da desinformação. Para Moraes, a propagação generalizada de informações falsas de natureza grave e antidemocrática prejudicam o direito fundamental à informações verdadeiras e podem induzir o eleitor a erro, criando um cenário de instabilidade que vai além dos limites da liberdade de expressão, colocando em cheque o canal de expressão da cidadania.

A Resolução 23.714/2022 ampliou o poder do TSE para atuar de ofício, ou seja, sem precisar ser provocado. O presidente do TSE pode agora derrubar ativamente postagens e perfis em redes sociais que repliquem conteúdos julgados falsos pela Justiça Eleitoral. Além disso, o tempo dado às plataformas para cumprir as decisões foi reduzido para duas horas, com multas de R$ 100 mil a R$ 150 mil por hora em caso de descumprimento.

Com essa decisão, o TSE ganha mais autoridade para lidar com a desinformação nas eleições e reforça o compromisso com a segurança e a lisura do processo eleitoral. A medida visa garantir que o acesso à informação durante o período eleitoral seja mais confiável, de forma a proteger a democracia e os cidadãos brasileiros.

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