Comissão de Segurança da Câmara aprova projeto que transfere competência para estados regularem posse e porte de armas

Nesta quarta-feira (20), a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei complementar que transfere aos estados e ao Distrito Federal a competência para legislar sobre posse e porte de armas de fogo destinadas à defesa pessoal, práticas esportivas e controle de espécies exóticas invasoras. Atualmente, a responsabilidade de conceder posse e porte de armas de fogo é da Polícia Federal.

De acordo com o projeto aprovado, o porte e a posse de armas de fogo serão válidos apenas no território do estado e poderão ser concedidos apenas a indivíduos que comprovem residência no local. Além disso, o estado deverá estabelecer um sistema de controle de armas, ligado ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça, para monitorar e controlar o armamento em posse da população.

A deputada Caroline de Toni, autora da proposta, defende que as regras sobre armas devem considerar as particularidades regionais, já que a Constituição permite que algumas competências exclusivas da União sejam transferidas para os estados. O relator do projeto, deputado Junio Amaral, ressalta que as diferentes realidades nos estados demandam análises específicas.

No entanto, a proposta ainda precisará passar pela análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e pelo plenário da Câmara dos Deputados antes de se tornar lei.

Por outro lado, na última segunda-feira (18), a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou dez ações no Supremo Tribunal Federal (STF) contra leis estaduais e municipais que tratam do acesso a armas de fogo. A AGU alega que a competência para legislar sobre o tema é da União e que as normas locais estabelecem critérios que ampliam indevidamente o acesso a armas de fogo, sem considerar valores fundamentais como proteção à vida, segurança e meio ambiente.

A proposta aprovada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados certamente gerará debates acalorados, tanto na Comissão de Constituição e Justiça quanto no plenário da Câmara. A questão do acesso às armas de fogo é bastante sensível e deve continuar a movimentar o cenário político e jurídico nos próximos meses.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo