O grupo de protesto de esquerda, Polo Obrero, liderado por Eduardo Belliboni, foi o primeiro a convocar a manifestação e enfatizou que o objetivo era uma mobilização pacífica, sem confrontos. No entanto, antes da chegada à Praça de Maio, houve um incidente de confronto entre polícia e manifestantes, resultando em duas pessoas detidas e um policial ferido no braço.
O ato ocorreu após Bullrich apresentar um “protocolo” para manter a ordem pública, permitindo que as forças federais impeçam protestos que bloqueiem vias. Algumas organizações sociais criticaram o protocolo, argumentando que ele limita o direito de protestar.
Os manifestantes carregavam cartazes com mensagens como “não ao ajuste de Milei”, “abaixo ao plano motosserra de ajuste de Milei” e “não ao protocolo de Bullrich”. Durante a manifestação, as organizações envolvidas declararam que encherão as ruas e praças de todo o país em defesa do direito ao protesto e contra o “plano de ajuste e miséria” do novo governo.
O presidente Milei acompanhou o desenrolar dos protestos e o desempenho do plano de segurança de Bullrich do Departamento Central de Polícia por cerca de uma hora.
Milei, que assumiu o cargo com a promessa de cortar os gastos públicos, anunciou nos últimos dias planos abrangentes para reformar a economia e reprimir protestos. Ele desvalorizou o peso, a moeda oficial do país, em 54%, cortou subsídios e planejou o fechamento de alguns ministérios. Concomitantemente, ele anunciou aumentos nos programas sociais, mas alertou que pessoas que bloquearem as ruas em protestos poderão perder o direito de receber benefícios do Estado.
Essa manifestação representa a resistência popular contra medidas econômicas impopulares, em um momento de aguda crise econômica na Argentina. A atuação do governo e o posicionamento dos manifestantes sinalizam um possível confronto futuro entre os interesses do governo e os movimentos sociais no país sul-americano.