Ministro da Fazenda reforça busca pelo déficit zero em 2024 apesar de desidratações das medidas no Congresso

Ministro da Fazenda busca déficit zero para 2024 através de medidas de equilíbrio fiscal
Após a desidratação de algumas propostas enviadas ao Congresso Nacional, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a busca do déficit zero em 2024 durante um café da manhã de fim de ano com jornalistas em Brasília, na última sexta-feira (22). Ele destacou a importância de continuar perseguindo a meta de equilíbrio fiscal, enfatizando que o objetivo pode ser alcançado tanto por meio do aumento de arrecadação quanto do crescimento econômico, principalmente caso o Banco Central continue reduzindo os juros.

A busca pela meta do déficit primário zero é prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, que foi aprovada pelo Congresso na segunda-feira (19). Haddad não descartou a possibilidade de enviar novas medidas ao Congresso Nacional ou até recorrer ao Supremo Tribunal Federal para alcançar o equilíbrio das contas públicas, caso seja necessário. Ele destacou a importância de acompanhar a evolução e dialogar com o Judiciário e o Legislativo para corrigir o rumo, caso necessário.

Para cumprir a meta de déficit primário zero em 2024, o governo precisa obter R$ 168 bilhões em receitas extras. O ministro destacou que a maior parte desses recursos está confirmada após a aprovação das medidas de tributação de setores da economia e de contribuintes mais ricos pelo Congresso Nacional.

Haddad agradeceu ao Congresso, em especial aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, e justificou o envio gradual dos projetos e das medidas provisórias com a necessidade de tempo para os parlamentares debaterem temas complexos. Ele comparou a estratégia a uma cartela de remédios, ressaltando a importância de dar tempo para a digestão das medidas.

O ministro também elencou as principais conquistas do governo neste ano, como a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e a taxação de fundos exclusivos e de empresas de investimento no exterior.

Haddad também mencionou as projeções conservadoras do governo, que podem diminuir as dificuldades em cumprir a meta do déficit zero em 2024. Ele destacou que as estimativas oficiais são inferiores às previsões do mercado, ressaltando a importância de se fiar nas estimativas do corpo técnico da Receita Federal por questões legais.

O ministro ressaltou o espaço para o Banco Central continuar cortando a Taxa Selic. Ele expressou expectativa de que os cortes continuem, explicando que a separação entre política fiscal e monetária é uma crença que existe apenas no Brasil.

Haddad enfatizou que a queda dos juros básicos seria a melhor solução para combater a inflação, destacando que isso estimularia os investimentos privados e ajudaria a diminuir a pressão inflacionária no médio prazo. Ele encerrou sua fala explicando que a política fiscal e monetária são braços da mesma política econômica, que às vezes convergem e às vezes divergem, mas não são separadas.

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