Novo presidente da Argentina enfrenta oposição na Câmara e no Senado com decreto de desregulamentação da economia

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, acaba de baixar um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) para desregulamentação da economia do país. No entanto, essa medida está gerando controvérsias e descontentamento em vários setores da sociedade argentina.

Segundo o economista e historiador argentino Osvaldo Coggiola, as medidas anunciadas pelo presidente vão contra a Constituição argentina e o Código Penal, e por isso, devem enfrentar desafios tanto na Justiça como no parlamento. Ele prevê que a decisão de Milei resultará em ações judiciais, protestos nas ruas e uma crise política.

Coggiola também acredita que, embora o decreto vise diminuir a participação do Estado na economia e flexibilizar as normas de regulamentação, isso não irá estimular investimentos imediatos. Ele argumenta que Milei precisará demonstrar estabilidade política e apoio parlamentar para atrair investimentos.

No entanto, o presidente Milei enfrenta desafios consideráveis, uma vez que seu partido, Liberdade Avança, detém uma pequena parcela de assentos na Câmara dos Deputados e no Senado. Além disso, ele teve que recuar em algumas medidas, como a redução de impostos e a desoneração da folha de pagamento das empresas.

Outra preocupação é a inflação, que está aumentando os preços de alimentos e impactando o poder aquisitivo dos argentinos. Essa questão é agravada pela desregulamentação do comércio, que pode resultar em preços internos estabelecidos pelo mercado internacional, tornando-os inacessíveis para a população.

As medidas de Milei já desencadearam protestos, com manifestações em importantes avenidas de Buenos Aires e panelaços em resposta ao decreto. O governo tem o prazo de dez dias úteis para enviá-lo a uma comissão do parlamento, que terá o mesmo prazo para emitir um parecer sobre sua validade. Após isso, a decisão final caberá aos membros do Congresso.

Portanto, o DNU de Javier Milei está gerando forte controvérsia e oposição, tanto políticas como sociais, e seu futuro permanece incerto. O presidente terá que enfrentar desafios significativos para implementar suas propostas e garantir uma base de apoio sólida. A desregulamentação da economia argentina está longe de ser uma questão resolvida, e seu desdobramento nos próximos meses será acompanhado de perto.

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