Na mais recente edição do Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central na última segunda-feira (2), foi projetado um leve recuo na estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano de 2023. A expectativa inicial que apontava para uma inflação de 3,91% foi ajustada para 3,9%. Para os anos de 2024, 2025 e 2026, as projeções permaneceram estáveis em 3,5%.
A projeção para 2024, no entanto, ficou acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para este ano, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Em relação a 2023, o mercado financeiro estima que a inflação do ano passado tenha fechado em 4,46%. Os números oficiais de 2023 serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no próximo dia 11.
A pressão nos preços dos alimentos contribuiu para a alta da inflação em novembro de 2023, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrando um aumento de 0,28%, superando a taxa de setembro, que havia sido de 0,24%. A inflação acumulada em 2023 atingiu 4,04%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice consolidado está em 4,68%. A meta estabelecida pelo CMN para 2023 é de 3,25%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual. De acordo com o Banco Central, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 17%.
No que diz respeito à taxa básica de juros (Selic), o Banco Central utilizou a redução da taxa como instrumento para controlar a inflação. Após sucessivas quedas no segundo semestre de 2023, a inflação voltou a subir, o que era esperado por economistas. Comunicado do BC informou que a expectativa é continuar a promover cortes na taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), mas não detalhou quando será encerrado o ciclo de redução.
A projeção do mercado financeiro é de que a Selic encerre 2024 em 9% ao ano. Para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de que a taxa de juros básica fique em 8,5% ao ano em ambos os anos.
Além da inflação e da taxa Selic, as instituições financeiras também projetam um crescimento de 1,52% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023. A projeção para 2025 é de um crescimento de 2%, seguido por outro ano de expansão do PIB em 2026, com uma previsão também de 2%.
Em relação à cotação do dólar, o mercado prevê que a moeda americana atinja a marca de R$ 5 no fim de 2023, e que permaneça em R$ 5,03 no fim de 2025.
Detalhes completos sobre as previsões econômicas para o ano de 2023 serão divulgados pelo IBGE em datas específicas, enquanto o Banco Central continuará monitorando os dados para tomar as medidas necessárias visando o controle da inflação e o crescimento econômico. As previsões divulgadas no Boletim Focus são uma importante referência para investidores e agentes econômicos, permitindo uma melhor compreensão do cenário econômico nacional e suas perspectivas para os próximos anos.
