Número de novas armas de fogo para defesa pessoal cai 82% em 2023, menor registro desde 2004, segundo PF.

O número de registros de novas armas de fogo para defesa pessoal de cidadãos que vivem no Brasil teve uma queda significativa em 2023. Os dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) apontam que foram cadastradas 20.822 novas armas de fogo para defesa pessoal no ano passado, em comparação com as 111.044 armas registradas em 2022.

De acordo com a Polícia Federal (PF), esse é o menor número de armas de fogo registradas para defesa pessoal desde 2004, quando 4.094 registros foram feitos. As pistolas lideram a lista de armas registradas por civis na PF, com 14.277 cadastros feitos em 2023, seguidas pelas espingardas (2.309 registros) e rifles (2.215).

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, manifestou-se sobre a queda nos registros de armas de fogo por civis e também sobre a diminuição do número de crimes violentos letais intencionais. Segundo ele, a combinação desses fatores é “muito relevante” para o país, provando que a proliferação irresponsável de armas não é o que enfrenta a criminalidade, mas sim polícias equipadas e preparadas tecnicamente, juntamente com políticas de justiça social.

Essa queda nos registros ocorre após o governo federal ter adotado medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Em 2023, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reduz o número de armas e munições em posse de civis e aumentou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.

A gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, explica que essa redução no cadastro de armas por civis é explicada principalmente pela política mais restritiva adotada pelo governo federal, mas ressalta que esse não é o único fator que deve ser levado em consideração. Ela destaca que a mudança de normativa e os decretos emitidos por governos anteriores facilitaram o acesso às armas de fogo, influenciando diretamente na queda do registro de armas.

Apesar de a nova regulamentação estar satisfatória, ainda é preciso melhorar a fiscalização para as pessoas que já têm armas de fogo. Natália ressalta a necessidade de implementar um programa de recompra de armas e de atualizar os valores pagos para as campanhas de entrega voluntária.

Dessa forma, a redução no registro de novas armas de fogo para defesa pessoal no país aponta para uma mudança de postura em relação à política de armamento da população civil, onde o governo busca restringir o acesso e promover um controle mais rigoroso sobre a posse e uso de armas de fogo.

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