Os recursos do BNDES cobrirão a conclusão do desenvolvimento experimental da vacina, a produção de lotes piloto para ensaios clínicos e os estudos clínicos de Fase 1. A expectativa é que a vacina esteja disponível no Sistema Único de Saúde daqui a três anos. Segundo o superintendente do BNDES, João Paulo Pieroni, a tecnologia desenvolvida pela Fiocruz representa uma importante conquista para o sistema de saúde brasileiro, tornando o país mais preparado para enfrentar futuras emergências de saúde.
A vacina de RNAm é considerada uma revolução na medicina, com provada eficácia no combate à covid-19, sendo potencialmente mais segura, rápida e eficiente para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos. Diferentemente das vacinas tradicionais, que usam vírus inativado ou atenuado, as vacinas de RNAm fornecem uma ‘instrução’ genética para o sistema imunológico produzir anticorpos.
A produção da vacina acontecerá no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos BioManguinhos/Fiocruz, e a expectativa é que a Fiocruz se torne o principal centro para o desenvolvimento e produção de vacinas de RNAm na América Latina. Além disso, a Fiocruz tem um acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para transferir a tecnologia para a produção da vacina contra a covid-19 para países da América Latina e do Caribe.
Os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da plataforma de RNAm na Fiocruz já estão analisando a possibilidade de aplicação em vacinas preventivas para outras doenças, como raiva, influenza, zika, HIV, malária, tuberculose, entre outras. O domínio tecnológico para a produção da vacina de RNAm representa um grande ganho para a Fiocruz e ainda contribui para aumentar a autonomia do Brasil na área da saúde.