Déficit público atinge R$ 37,270 bilhões em novembro, aumento de 85,8% em relação a 2022, segundo Banco Central.

Em novembro de 2023, as contas públicas registraram um déficit preocupante, com um aumento de 85,8% em relação ao mesmo período de 2022. O Governo Central foi o principal responsável pelo desequilíbrio, com um crescimento nos gastos que superou a evolução das receitas.

Com um déficit primário de R$ 37,270 bilhões, o setor público consolidado, que engloba União, estados, municípios e empresas estatais, sofreu um aumento considerável em comparação ao ano anterior, quando atingiu R$ 20,089 bilhões de déficit. Esses dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) em Brasília, nesta sexta-feira (5).

A deterioração nas contas públicas é uma tendência evidente, com um déficit acumulado de R$ 131,364 bilhões nos últimos 12 meses, correspondendo a 1,22% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2022, o superávit primário atingiu R$ 125,994 bilhões, representando 1,27% do PIB.

No entanto, os dados mais alarmantes se referem ao Governo Central. Em novembro de 2023, o déficit alcançou R$ 38,923 bilhões, marcando um recorde desde novembro de 2016. O aumento das despesas em relação às receitas foi o principal fator desse resultado, com uma elevação de 20% nos gastos totais, enquanto a receita líquida cresceu apenas 4,2%.

O aumento do déficit do Governo Central também teve impacto nos resultados das esferas regionais, com superávit nos governos estaduais e déficit nos municipais. No entanto, a medida de compensação das perdas de arrecadação com ICMS, que favoreceu estados e municípios, teve um efeito contrário no resultado central.

Além do déficit primário, os gastos com juros também contribuíram para o desequilíbrio das contas públicas. Em novembro de 2023, eles atingiram R$ 43,617 bilhões, embora tenham apresentado uma redução em relação ao mesmo período do ano anterior.

A dívida pública também apresentou aumento, atingindo 59,5% do PIB em novembro de 2023, em comparação com 59,2% no mês anterior. Esses números refletem os impactos dos juros nominais, do déficit primário, da valorização cambial e de outros fatores que influenciam o endividamento do país.

O resultado das contas públicas em novembro de 2023 mostra a necessidade de medidas para reequilibrar as finanças do setor público, evitando impactos negativos na economia e no desenvolvimento do país.

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