Petrobras abre investigação sobre venda da refinaria Landulpho Alves após relatório apontar privatização com baixo preço. Presidente Jean Paul Prates reage.

A Petrobras está atualmente sob investigação administrativa para determinar se houve irregularidades na venda da Refinaria Landulpho Alves, que aconteceu em novembro de 2021. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, reagiu à divulgação de um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que apontou que a privatização foi realizada a um preço abaixo do valor de mercado.

Prates afirmou que a Petrobras está em diálogo com órgãos de controle para avaliar a situação da venda da refinaria. Ele salientou que a empresa está analisando o negócio e sua governança, buscando a integridade da companhia. Além disso, afirmou que a fiscalização das atividades da Petrobras é necessária e que faz parte do sistema de governança que protege a empresa.

A auditoria realizada pela CGU criticou o momento escolhido para a venda da refinaria, argumentando que foi feita em um cenário de “tempestade perfeita”, com os impactos da pandemia, a fraca previsão de crescimento da economia brasileira e a baixa cotação do petróleo no mercado internacional no final de 2021. O relatório não afirmou categoricamente que houve perda econômica com a venda, mas questionou o momento do negócio, ao apontar que a Petrobras poderia ter esperado a recuperação do mercado internacional de petróleo.

A Refinaria de Mataripe foi vendida por US$ 1,65 bilhão ao fundo Mubadala Capital, divisão de investimentos da Mubadala Investment Company, uma empresa de investimentos de Abu Dhabi, pertencente à família real dos Emirados Árabes Unidos. A venda reacendeu suspeitas sobre presentes dados pelo governo dos Emirados Árabes Unidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro nas épocas da venda da refinaria. A Polícia Federal está investigando armas, joias e esculturas recebidas por Bolsonaro em suas viagens oficiais para os Emirados Árabes Unidos em 2019 e 2021.

Outras autoridades, como o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, também informaram que providências estão sendo tomadas em relação ao caso, evidenciando a seriedade das investigações em curso. As suspeitas de ligação entre a venda da refinaria e o recebimento de presentes do governo dos Emirados Árabes Unidos também foram mencionadas pelo ex-presidente Bolsonaro em postagens em suas redes sociais. A privatização da refinaria teria sido aprovada pelo Tribunal de Contas da União, de acordo com as declarações do ex-presidente.

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