Polícia Militar do Rio defende estratégia de proximidade com a população como carro-chefe no combate ao crime organizado

A cidade do Rio de Janeiro vem enfrentando uma série de operações policiais, que incluem a ocupação da Cidade de Deus por 24 horas. No entanto, para o secretário de estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, essas operações não são a principal estratégia da corporação para enfrentar o crime organizado. Em uma entrevista à Agência Brasil, o coronel afirmou que a principal linha de trabalho da Polícia Militar é a polícia ostensiva, de proximidade com a população, criando referência para a sociedade. Ele ressaltou que as operações são importantes, mas não são a principal linha de ação da corporação.

Durante a ocupação da Cidade de Deus, dois homens foram presos e foram encontrados dois radiotransmissores e fogos de artifício. Além disso, houve a remoção de cerca de cinco toneladas de barricadas em várias vias da comunidade, apreensões de veículos roubados e drogas. No entanto, moradores da comunidade relatam impactos negativos, como o fechamento de clínicas, comércios vazios e dificuldades para sair de casa e ir trabalhar. O impacto dessas operações na comunidade varia conforme os confrontos de traficantes ou milicianos na chegada dos policiais.

O mestre em antropologia, especialista em segurança pública e ex-policial do Bope, Paulo Storani, apontou a legislação atual de punição dos criminosos como uma das causas para a sensação de “enxugar gelo” na eficácia das operações policiais. Ele defende um conjunto mais restritivo de leis, alegando que a legislação atual é extremamente benéfica ao criminoso. Por outro lado, o secretário de Polícia Militar defende uma mudança na legislação para impedir a volta dos criminosos às suas áreas de atuação.

Além disso, para enfrentar o crime organizado, o coronel Luiz Henrique Pires defende a integração das forças de segurança nos três níveis de governo e o reforço da participação do estado em programas sociais nas comunidades. Ele também destacou a necessidade de fortalecer os bancos de dados e a utilização da tecnologia, como câmeras de reconhecimento facial, no complemento da atividade policial.

Em relação à perspectiva para o futuro, a PM do Rio pretende estender o programa de monitoramento por reconhecimento facial e melhorar a sensação de segurança da população. O uso do aplicativo 190 RJ permite à população fazer contato mais rápido com a PM. O objetivo é mostrar a corporação à sociedade, desenvolvendo novos projetos e apresentando a Polícia Militar para ganhar a confiança da população e trabalhar a questão da sensação de segurança.

Dessa forma, a Polícia Militar do Rio busca uma maior integração com a sociedade e um trabalho conjunto com os governos federal e municipais para enfrentar os desafios relacionados à segurança pública.

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