Itamaraty critica posição de Israel sobre emigração de palestinos da Faixa de Gaza e defende preservação do direito internacional.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota nesta sexta-feira (5) em que critica as recentes declarações de autoridades de Israel defendendo a emigração dos palestinos da Faixa de Gaza. De acordo com o Itamaraty, essa posição viola o direito internacional e prejudica a possibilidade de paz na região.

Segundo o governo brasileiro, “ao proporem medidas que constituem violações do Direito Internacional, declarações dessa gravidade aprofundam tensões e prejudicam as perspectivas de alcançar a paz na região”. O direito internacional proíbe o deslocamento forçado de populações e a aquisição de territórios por meio da guerra.

No dia 31 de dezembro, em entrevista a uma rádio de Israel, o ministro das Finanças do país, Bezalel Smotrich, defendeu a emigração dos palestinos de Gaza. Segundo ele, “se houver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 milhões de árabes, toda a discussão no dia seguinte será totalmente diferente”.

As críticas do Brasil também foram compartilhadas por outros países e organizações internacionais. A União Europeia, países árabes, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos (EUA) também se manifestaram contra as declarações das autoridades israelenses.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU (Ocha) relatou que os bombardeios em Gaza continuam, resultando no deslocamento de 1,9 milhão de pessoas, o que corresponde a 85% da população do território. Além disso, mais de 1,1 milhão de crianças palestinas correm o risco de morrer por doenças evitáveis e falta de água e alimentos em Gaza, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Desde o início das hostilidades no Oriente Médio em outubro, 22,6 mil palestinos foram mortos, sendo 70% mulheres e crianças, e 57,9 mil ficaram feridos. Do lado israelense, 1,2 mil pessoas morreram no ataque do Hamas e 173 soldados de Israel teriam sido mortos nos conflitos contra o grupo em Gaza, além de 1.020 feridos, segundo o Exército israelense.

Por conta disso, a situação na Faixa de Gaza é considerada grave e preocupante, com a comunidade internacional pedindo por medidas que visem a restauração da paz e a redução do sofrimento da população local.

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