O diretor do escritório da HRW no Brasil, César Muñoz, enfatiza que 80% dos mortos pela polícia no país são pessoas negras. Ele também destaca que em São Paulo houve um aumento significativo no número de pessoas mortas por policiais em serviço em 2023, após uma queda de 59% nos dois anos anteriores.
A organização destaca a chamada Operação Escudo, que resultou na morte de 28 pessoas pela polícia em Guarujá e Santos, no litoral paulista, em resposta ao assassinato de um policial militar. A HRW identificou falhas importantes na investigação dessas mortes, o que dificulta o controle da atividade policial no país, de acordo com Muñoz.
O diretor da HRW ressalta a importância de uma política nacional para diminuir o número de mortes causadas pela polícia e também destaca a necessidade de uma prioridade nacional na melhoria da qualidade das perícias e em diretrizes que abranjam todo o país para a utilização de câmeras corporais pelos policiais.
Muñoz destaca ainda que a corrupção policial está diretamente ligada à violência, uma vez que o policial abusivo tem poder de extorsão e pode abusar da população com impunidade, podendo até mesmo exigir dinheiro para não matar.
Além disso, Juanita Goebertus, diretora para as Américas da HRW, comenta a crise no Equador e defende o combate ao crime por meio de investigações, para identificar os elos de corrupção que permitem a existência e o crescimento de organizações criminosas.
Em busca de posicionamento sobre o assunto, a Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo e está aguardando retorno. A violência policial no Brasil é um problema grave que demanda atenção e ações efetivas por parte das autoridades responsáveis para garantir os direitos humanos e a segurança da população.
